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Colômbia mata chefe militar das Farc
Jorge Briceño, o "Mono Jojoy", era o número dois da narcoguerrilha; para Bogotá, morte é "maior golpe da história"
"Símbolo do terrorismo na Colômbia caiu", diz o presidente colombiano; desde 2008, cúpula do grupo perdeu 3 líderes
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A Colômbia anunciou ontem a morte do número 2 e líder militar das Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia), Jorge Briceño, o
"Mono Jojoy", em operação
considerada pelo presidente
Juan Manuel Santos "o mais
contundente golpe" na história do grupo.
"O símbolo do terrorismo
na Colômbia caiu", disse em
Nova York, onde participa da
Assembleia Geral da ONU.
À noite, em cadeia nacional de rádio e televisão -a
primeira de seu mandato-,
Santos disse que não era hora de "triunfalismos". "Mais
uma vez notifico aos cabeças
das Farc e aos guerrilheiros:
agora é a vez de vocês."
Santos disse que a operação só foi possível com a ajuda de integrantes da guerrilha "também cansados de
tanta crueldade" de Jojoy.
Como na posse, afirmou
que a Colômbia terá paz pela
"razão ou pela força".
A morte de Jojoy é o primeiro grande trunfo de Santos no governo, que assumiu
o cargo em agosto prometendo dar sequência à política linha-dura contra as Farc promovida pelo seu antecessor,
Álvaro Uribe -do qual foi ministro da Defesa até 2009.
Desde então, mais de 30
policiais morreram em ataques atribuídos à guerrilha.
Apenas cinco dias depois de
sua posse, um atentado em
Bogotá deixou 18 feridos.
"Essa foi a Operação Boas-Vindas que vínhamos prometendo às Farc", disse o
presidente.
Para as Farc, a operação
representa o quarto grande
revés em dois anos e meio.
Desde 2008, além de Jojoy,
morreram o fundador da narcoguerrilha, Manuel "Tirofijo" Marulanda -de causas
naturais-, e o seu então número dois, Raúl Reyes, em
uma operação no Equador.
E, há dois anos, a mais importante refém das Farc, a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt, foi resgatada pelo Exército colombiano.
OPERAÇÃO SODOMA
A Operação Sodoma foi
planejada no fim de semana,
após militares obterem informação sobre a localização de
Jojoy -com a ajuda de informantes-, na serra de La Macarena (280 km de Bogotá).
A ação teve início na última terça e durou até a madrugada de ontem, quando o
corpo do líder foi encontrado. Cerca de 30 aviões, 27 helicópteros e 800 militares e
policiais participaram.
Um bunker de 300 metros
com túneis e rotas de fuga foi
encontrado, e mais de 20 outros guerrilheiros morreram.
Jojoy, 57, entrara nas Farc
em 1975, segundo relatos, e
ascendera a líder militar nos
anos 90. Tinha reputação de
autoritário e sanguinário, cabeça de importantes atentados da guerrilha. Gozava de
grande prestígio no grupo.
"Era um dos homens mais
odiados pelos colombianos",
afirmou ontem o ministro da
Defesa, Rodrigo Rivera.
Jojoy integrava cúpula diretiva de sete membros da
guerrilha. E ocupava, na hierarquia, posto abaixo apenas
de Alfonso Cano, o líder das
Farc desde a morte de Marulanda e com quem, segundo
relatos, Jojoy disputava os
rumos da guerrilha.
Os EUA disseram que sua
morte representa uma "importante vitória".
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