São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2010

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Colômbia mata chefe militar das Farc

Jorge Briceño, o "Mono Jojoy", era o número dois da narcoguerrilha; para Bogotá, morte é "maior golpe da história"

"Símbolo do terrorismo na Colômbia caiu", diz o presidente colombiano; desde 2008, cúpula do grupo perdeu 3 líderes

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Colômbia anunciou ontem a morte do número 2 e líder militar das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Jorge Briceño, o "Mono Jojoy", em operação considerada pelo presidente Juan Manuel Santos "o mais contundente golpe" na história do grupo.
"O símbolo do terrorismo na Colômbia caiu", disse em Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU.
À noite, em cadeia nacional de rádio e televisão -a primeira de seu mandato-, Santos disse que não era hora de "triunfalismos". "Mais uma vez notifico aos cabeças das Farc e aos guerrilheiros: agora é a vez de vocês."
Santos disse que a operação só foi possível com a ajuda de integrantes da guerrilha "também cansados de tanta crueldade" de Jojoy.
Como na posse, afirmou que a Colômbia terá paz pela "razão ou pela força".
A morte de Jojoy é o primeiro grande trunfo de Santos no governo, que assumiu o cargo em agosto prometendo dar sequência à política linha-dura contra as Farc promovida pelo seu antecessor, Álvaro Uribe -do qual foi ministro da Defesa até 2009.
Desde então, mais de 30 policiais morreram em ataques atribuídos à guerrilha. Apenas cinco dias depois de sua posse, um atentado em Bogotá deixou 18 feridos.
"Essa foi a Operação Boas-Vindas que vínhamos prometendo às Farc", disse o presidente.
Para as Farc, a operação representa o quarto grande revés em dois anos e meio. Desde 2008, além de Jojoy, morreram o fundador da narcoguerrilha, Manuel "Tirofijo" Marulanda -de causas naturais-, e o seu então número dois, Raúl Reyes, em uma operação no Equador.
E, há dois anos, a mais importante refém das Farc, a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt, foi resgatada pelo Exército colombiano.

OPERAÇÃO SODOMA
A Operação Sodoma foi planejada no fim de semana, após militares obterem informação sobre a localização de Jojoy -com a ajuda de informantes-, na serra de La Macarena (280 km de Bogotá).
A ação teve início na última terça e durou até a madrugada de ontem, quando o corpo do líder foi encontrado. Cerca de 30 aviões, 27 helicópteros e 800 militares e policiais participaram.
Um bunker de 300 metros com túneis e rotas de fuga foi encontrado, e mais de 20 outros guerrilheiros morreram.
Jojoy, 57, entrara nas Farc em 1975, segundo relatos, e ascendera a líder militar nos anos 90. Tinha reputação de autoritário e sanguinário, cabeça de importantes atentados da guerrilha. Gozava de grande prestígio no grupo.
"Era um dos homens mais odiados pelos colombianos", afirmou ontem o ministro da Defesa, Rodrigo Rivera.
Jojoy integrava cúpula diretiva de sete membros da guerrilha. E ocupava, na hierarquia, posto abaixo apenas de Alfonso Cano, o líder das Farc desde a morte de Marulanda e com quem, segundo relatos, Jojoy disputava os rumos da guerrilha.
Os EUA disseram que sua morte representa uma "importante vitória".


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