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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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DITADURA

Reino do golfo fez 600 prisões em cinco meses

Polícia saudita reprime nova onda de passeatas contra o absolutismo

DA REDAÇÃO

A polícia saudita reprimiu ontem tentativas de manifestações convocadas por dissidentes que exigem reformas que implantem no reino um regime democrático. Cerca de 50 pessoas foram presas em Jidda, capital administrativa, enquanto em outras cidades os ativistas não conseguiram sequer se reunir em razão da forte presença policial.
Comunicado da agência de notícias oficial disse que "uma quantidade reduzida" de pessoas tentou sair às ruas e que algumas foram detidas para interrogatórios.
A mesma agência informara anteontem que serão processados 83 manifestantes presos ao participarem de ato público em Riad, em 14 de outubro último.
Os protestos vêm sendo organizados pelo Movimento pela Reforma Islâmica, baseado em Londres, uma das poucas organizações de oposição ao regime absolutista, implantado com o surgimento do país, em 1932. Não há partidos políticos nem liberdade de expressão no reino, guardião das cidades sagradas de Meca e Medina.
Segundo as autoridades, nos últimos cinco meses chegaram a ser presos 600 dissidentes. O príncipe Turki al Faisal, embaixador de seu país no Reino Unido, disse que 160 deles haviam sido libertados por falta de provas.
Os manifestantes que tentaram ontem tomar as ruas ignoraram a advertência do Ministério do Interior de que novos protestos não seriam tolerados. Eles queriam promover até nove manifestações de protesto à saída das principais mesquitas do país.
Mas os locais foram cercados pela polícia e, com a exceção de Jidda, os manifestantes não conseguiram sequer chegar aos pontos de concentração. As pessoas deixavam as mesquitas depois das orações e esbarravam num policial a cada poucos metros.
Os dissidentes acusam o clima de intolerância política como responsável pela aparição de grupos terroristas, como a rede Al Qaeda, liderada pelo saudita Osama bin Laden.
Alguns intelectuais acusam o Movimento pela Reforma Islâmica de abrigar núcleos de muçulmanos extremistas e de promover debates em grupos eletrônicos de discussão que estimulam atividades terroristas.


Com agências internacionais

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