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DITADURA
Reino do golfo fez 600 prisões em cinco meses
Polícia saudita reprime nova onda de passeatas contra o absolutismo
DA REDAÇÃO
A polícia saudita reprimiu ontem tentativas de manifestações
convocadas por dissidentes que
exigem reformas que implantem
no reino um regime democrático.
Cerca de 50 pessoas foram presas
em Jidda, capital administrativa,
enquanto em outras cidades os
ativistas não conseguiram sequer
se reunir em razão da forte presença policial.
Comunicado da agência de notícias oficial disse que "uma quantidade reduzida" de pessoas tentou sair às ruas e que algumas foram detidas para interrogatórios.
A mesma agência informara anteontem que serão processados
83 manifestantes presos ao participarem de ato público em Riad,
em 14 de outubro último.
Os protestos vêm sendo organizados pelo Movimento pela Reforma Islâmica, baseado em Londres, uma das poucas organizações de oposição ao regime absolutista, implantado com o surgimento do país, em 1932. Não há
partidos políticos nem liberdade
de expressão no reino, guardião
das cidades sagradas de Meca e
Medina.
Segundo as autoridades, nos últimos cinco meses chegaram a ser
presos 600 dissidentes. O príncipe
Turki al Faisal, embaixador de seu
país no Reino Unido, disse que
160 deles haviam sido libertados
por falta de provas.
Os manifestantes que tentaram
ontem tomar as ruas ignoraram a
advertência do Ministério do Interior de que novos protestos não
seriam tolerados. Eles queriam
promover até nove manifestações
de protesto à saída das principais
mesquitas do país.
Mas os locais foram cercados
pela polícia e, com a exceção de
Jidda, os manifestantes não conseguiram sequer chegar aos pontos de concentração. As pessoas
deixavam as mesquitas depois
das orações e esbarravam num
policial a cada poucos metros.
Os dissidentes acusam o clima
de intolerância política como responsável pela aparição de grupos
terroristas, como a rede Al Qaeda,
liderada pelo saudita Osama bin
Laden.
Alguns intelectuais acusam o
Movimento pela Reforma Islâmica de abrigar núcleos de muçulmanos extremistas e de promover
debates em grupos eletrônicos de
discussão que estimulam atividades terroristas.
Com agências internacionais
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