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MÍDIA
Historiador que reavaliou trabalho premiado acha que ele deveria ser cassado
Pulitzer de 1932 ao "Times" é revisto
DA REDAÇÃO
Um professor de história da
Universidade Columbia (EUA)
que recebeu do "The New York
Times" a incumbência de avaliar
o trabalho de um dos correspondentes do jornal na União Soviética nos anos 1930 disse que o Prêmio Pulitzer recebido pelo jornalista deveria ser cassado por sua
"falta de equilíbrio" na cobertura
do governo de Joseph Stálin.
O diário pediu ao professor
Mark von Hagen que examinasse
a cobertura do correspondente
Walter Duranty, após ter recebido
uma carta em julho do Comitê do
Pulitzer solicitando que opinasse.
O comitê disse que estava atendendo a uma "nova rodada de demandas" para que o prêmio concedido em 1932 fosse revogado.
Os pedidos mais veementes vieram de americanos de origem
ucraniana que argumentaram
que Duranty deveria ser punido
por ter deixado de incluir em sua
cobertura uma onda de falta de
alimentos que matou milhões de
ucranianos nos anos 1930.
Em seu relatório, Von Hagen
descreveu a cobertura que valeu o
Pulitzer a Duranty -escrita em
1931, um ano antes da fome- como uma "tola e enorme recitação
acrítica de fontes soviéticas".
"A falta de equilíbrio e a aceitação acrítica da justificativa soviética para seu regime cruel e devastador foi um desserviço aos leitores americanos do "New York Times", aos valores liberais que eles
apóiam e à experiência histórica
dos povos dos impérios Russo e
Soviético e sua luta por uma vida
melhor", escreveu o professor.
Neste ano, o "Times" já passou
por uma reestruturação após terem sido descobertos os procedimentos de seu repórter Jason
Blair (já demitido), que inventava
declarações e plagiava textos.
O relatório de oito páginas de
Von Hagen, um especialista na
história russa do início do século
20, não sugeriu que o Comitê do
Pulitzer revogasse o prêmio de
Duranty, que morreu em 1957.
Em comentários publicados no
"The New York Sun", porém, ele
disse que isso deveria ser feito.
O Comitê do Pulitzer chegou a
montar um inquérito para rescindir o prêmio, mas recuou. Em julho, abriu outro. Em carta ao comitê, Arthur Sulzberger Jr., publisher do "Times", disse que o
"negligente" trabalho de Duranty
deveria ser reconhecido pelo que
significou para seus editores e os
jurados na sua época. Segundo
ele, o jornal não tem o prêmio e,
por isso, não poderia devolvê-lo.
Com "New York Times"
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