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Economia patina, mas doação é recorde
Democratas e republicanos têm arrecadação inédita após mudança legislativa que facilitou remessas de empresas
Campanha para pleito parlamentar do dia 2 já custou US$ 3,5 bilhões; oposição a Obama leva vantagem financeira
Jae C. Hong - 16.out.10/Associated Press
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Eleitores escolhem cartazes antes de comício republicano em Anaheim, na Califórnia; partido foi favorecido por uma mudança na lei de arrecadação
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Mais de US$ 3,5 bilhões foram gastos até a última semana por candidatos, partidos e grupos privados em
campanhas ao Congresso
dos EUA, quantia que vem
beneficiando republicanos
depois que uma mudança na
lei permitiu doações anônimas de empresas.
O dado foi calculado pela
ONG OpenSecrets, que monitora uso de verba em lobby e
campanhas. O grupo prevê
que o total chegará a US$ 3,7
bilhões, o que tornará as eleições para o Congresso deste
ano as mais caras da história
-abundância que destoa da
situação econômica no país.
É um rio de dinheiro cuja
nascente é difícil de ser apontada. A decisão da Suprema
Corte que facilitou doações
privadas no início do ano
permite que corporações canalizem fundos para órgãos
que não são obrigados a divulgar doadores, incluindo
grupos partidários e a Câmara de Comércio americana.
Esta, ligada ao antigo assessor de George W. Bush
(2001-09) Karl Rove, enviou
US$ 7 milhões a republicanos só na semana retrasada.
O primeiro lugar coube a
um dos centros burocráticos
da oposição, o Comitê Nacional Republicano, que gastou
quase US$ 12 milhões na última semana computada.
Dos dez maiores financiadores de campanha dos últimos dias, seis gastam exclusivamente em campanhas republicanas. Três dedicam
100% da verba a democratas,
e um dividiu doações.
Seis grupos do ranking são
privados e quatro são dos
partidos. No total, republicanos foram agraciados com
US$ 40 milhões, e democratas, com US$ 28 milhões.
VANTAGEM
Tradicionalmente mais
alinhados a interesses de
grandes empresas, os republicanos vêm contando com
vantagens, após a mudança
na lei, que não passaram despercebidas ao governo.
David Axelrod, assessor
especial do presidente Barack Obama, afirmou que
"obviamente há enorme vantagem para os republicanos,
mas isso não é apenas uma
ameaça [aos democratas]".
"Se alguém pode entrar
num escritório do Congresso
e dizer, "se você não votar como eu quero, ano que vem
darei US$ 10 milhões a Karl
Rove", que tipo de impacto isso terá no país?".
Para Axelrod, a própria democracia está a perigo.
A diferença geral vem
acentuando para o lado republicano, mas esse resultado varia quando consideradas campanhas específicas.
Em algumas disputas apertadas, como para o Senado da
Califórnia, os democratas arrecadaram mais.
Com pouco mais de uma
semana para a eleição e todas as projeções apontando
para ganhos republicanos, a
acelerada financeira da oposição na reta final não é boa
notícia para os democratas.
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