São Paulo, segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

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Putin quer mudar sede de Corte para São Petersburgo

Líder russo busca reviver glória imperial de cidade natal

DA REUTERS

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, determinou que a Corte Constitucional (mais alta instância jurídica do país ao lado da Corte Suprema e a Corte Superior de Arbitragem, ambas com sede na capital) complete sua mudança de Moscou para São Petersburgo até maio. Segundo ele, isso ajudaria sua cidade natal -e principal reduto político- a reconquistar a glória do período imperial.
Putin se encontrou com os juízes na nova sede do órgão, um reformado prédio do século 18 em estilo neoclássico com vistas para o rio Neva.
"São Petersburgo não tem uma função sequer de uma capital nacional", disse ele aos juízes. "Agora, com a realocação da Corte Constitucional, nós temos todo o direito de dizer que São Petersburgo é a segunda capital da Rússia."
São Petersburgo, fundada pelo czar Pedro, o Grande, no início do século 18, foi a capital do império até 1918, quando o governo bolchevique se mudou de volta para Moscou. A cidade então passou a se chamar Leningrado, em homenagem ao líder Vladimir Lênin (1870-1924). Leningrado era citada como "berço da revolução", mas na verdade era um centro regional sem recursos.
As coisas mudaram quando Putin, que começou sua carreira como um oficial da KGB (polícia secreta soviética) e depois foi funcionário da Prefeitura de São Petersburgo, tornou-se presidente, em 2000.
Centenas de seguidores seus dessa época assumiram altos postos governamentais em Moscou -Putin, aliás, escolheu um advogado de São Petersburgo, o vice-premiê Dmitri Medvedev, como candidato à sua sucessão na eleição de março, o que lhe deve garantir a vitória, posto que herdará a altíssima popularidade do mentor.
O Kremlin encorajou muitas grandes empresas russas a se restabelecerem em São Petersburgo, aumentando o Orçamento da cidade com seus impostos e ajudando a impulsionar sua economia. Putin também conduziu encontros internacionais em São Petersburgo, como a cúpula do G8 de 2006.
Muitos juízes da Corte Constitucional resistiram ao plano de mudança, dizendo que criaria problemas logísticos e complicaria seu trabalho. "Esse projeto nunca teria sido realizado sem a forte vontade do presidente", disse o porta-voz da corte, Valery Zorkin.
A Corte Constitucional é a primeira, mas não a última, em uma lista de importantes órgãos transferidos para a cidade.


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