São Paulo, quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

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MISSÃO NO CARIBE

General brasileiro que comanda força da ONU espera problemas

Haiti votará sob violência, prevê Elito

DA REDAÇÃO

O Haiti deve realizar eleições gerais no próximo dia 7 de fevereiro, mas a votação não deverá ocorrer sem problemas de violência. A avaliação foi feita pelo general brasileiro José Elito Carvalho Siqueira, que assumiu anteontem o comando militar da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), em entrevista à BBC Brasil.
"É bem provável que tenhamos alguns problemas. Vamos torcer apenas para que esses problemas não interfiram [nas eleições] a um ponto considerável", afirmou o general. A nova data do pleito foi definida após quatro adiamentos.
Elito foi designado como o novo comandante militar das tropas da ONU no país caribenho na semana passada, para substituir o general Urano Bacellar, que se suicidou no início do mês, em Porto Príncipe, capital haitiana.
O general, que nunca havia estado no Haiti, disse que ficou positivamente surpreso com a situação do país, que julgou melhor do que imaginava. "Assim como o nosso país, [o Haiti] é um lugar de contrastes, mas de um modo geral a situação está calma. O que existem são problemas pontuais, como em Porto Príncipe", disse.
O general avaliou ainda que a atuação dos capacetes azuis no Haiti não deve terminar com a realização das eleições.
"No período pós-eleições talvez tenhamos de continuar com missões tão importantes quanto as de hoje. É uma missão de estabilização. Tem ainda o segundo turno [previsto para março], a posse do novo presidente. Acredito que durante este ano as tropas permaneçam com seu efetivo integral."
O Brasil comanda um contingente militar de 7.500 homens, dos quais 1.200 são brasileiros, além de cerca de 2.000 policiais. O mandato atual vai até 15 de fevereiro, mas deve ser renovado.
"Essa renovação vai acontecer "n" vezes. Pode ser uma renovação ou duas ou três ou quatro, vai depender justamente dessa evolução depois das eleições", disse.
Em reportagem publicada ontem, o diário "New York Times" detalhou as dificuldades enfrentadas pelos soldados jordanianos, que hoje são o maior contingente militar estrangeiro no país, com 1.500 homens, e estão responsáveis pela segurança na favela de Cité Soleil, o principal foco de violência na capital haitiana.
O jornal aponta o aumento dos seqüestros -uma média diária de 14 incidentes- e as pressões da população por uma atuação mais ofensiva das tropas.


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