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MISSÃO NO CARIBE
General brasileiro que comanda força da ONU espera problemas
Haiti votará sob violência, prevê Elito
DA REDAÇÃO
O Haiti deve realizar eleições
gerais no próximo dia 7 de fevereiro, mas a votação não deverá
ocorrer sem problemas de violência. A avaliação foi feita pelo general brasileiro José Elito Carvalho
Siqueira, que assumiu anteontem
o comando militar da Missão de
Estabilização da ONU no Haiti
(Minustah), em entrevista à BBC
Brasil.
"É bem provável que tenhamos
alguns problemas. Vamos torcer
apenas para que esses problemas
não interfiram [nas eleições] a um
ponto considerável", afirmou o
general. A nova data do pleito foi
definida após quatro adiamentos.
Elito foi designado como o novo
comandante militar das tropas da
ONU no país caribenho na semana passada, para substituir o general Urano Bacellar, que se suicidou no início do mês, em Porto
Príncipe, capital haitiana.
O general, que nunca havia estado no Haiti, disse que ficou positivamente surpreso com a situação
do país, que julgou melhor do que
imaginava. "Assim como o nosso
país, [o Haiti] é um lugar de contrastes, mas de um modo geral a
situação está calma. O que existem são problemas pontuais, como em Porto Príncipe", disse.
O general avaliou ainda que a
atuação dos capacetes azuis no
Haiti não deve terminar com a
realização das eleições.
"No período pós-eleições talvez
tenhamos de continuar com missões tão importantes quanto as de
hoje. É uma missão de estabilização. Tem ainda o segundo turno
[previsto para março], a posse do
novo presidente. Acredito que
durante este ano as tropas permaneçam com seu efetivo integral."
O Brasil comanda um contingente militar de 7.500 homens,
dos quais 1.200 são brasileiros,
além de cerca de 2.000 policiais. O
mandato atual vai até 15 de fevereiro, mas deve ser renovado.
"Essa renovação vai acontecer
"n" vezes. Pode ser uma renovação
ou duas ou três ou quatro, vai depender justamente dessa evolução depois das eleições", disse.
Em reportagem publicada ontem, o diário "New York Times"
detalhou as dificuldades enfrentadas pelos soldados jordanianos,
que hoje são o maior contingente
militar estrangeiro no país, com
1.500 homens, e estão responsáveis pela segurança na favela de
Cité Soleil, o principal foco de violência na capital haitiana.
O jornal aponta o aumento dos
seqüestros -uma média diária
de 14 incidentes- e as pressões
da população por uma atuação
mais ofensiva das tropas.
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