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Hamas distribui dinheiro e diz que venceu batalha
DA ASSOCIATED PRESS
Um integrante do Hamas entregou, na sexta, um envelope
com cinco notas novas de US$
100 a uma mulher de véu, cuja
casa foi danificada durante
ofensiva militar de Israel em
Gaza. Foi a primeira entrega da
ajuda prometida pelo grupo às
famílias do território.
Desde a declaração de trégua,
que encerrou três semanas de
ofensiva israelense, os líderes
do Hamas têm declarado vitória e se esforçam para mostrar
que seguem no controle.
Eles prometem gastar US$
52 milhões de seu caixa para
ajudar a reconstruir Gaza. A
mulher de véu recebeu o dinheiro como parte da compensação pelos danos em sua casa
em Beit Lahiya, no norte.
O Hamas, acredita-se que financiado por doações do mundo muçulmano e do Irã, diz que
as ajudas emergenciais incluirão US$ 1.300 por morte na família, US$ 650 por feridos, US$
5.200 por casa destruída e US$
2.600 por casa danificada.
Mais de 4.000 casas foram
destruídas, e 20 mil foram danificadas na ofensiva, segundo
estimativas independentes.
O fogo israelense destruiu toda a estrutura de segurança do
Hamas e quase todos os prédios
de governo. Dois dos seus principais líderes, o homem-forte
Mahmoud Zahar e o primeiro-ministro de Gaza, Ismail Haniyeh, não reapareceram em público desde então.
Para além dessas perdas, o
Hamas está diante das opções
de manter o combate e afundar
Gaza ainda mais na pobreza ou
moderar-se em troca da reabertura das fronteiras, fechadas por Israel há 19 meses. Por
ora, a maioria dos moradores
parece alinhar-se a suas fileiras, unidos pelo ódio a Israel,
mas a situação cada vez pior pode fazer esse apoio evaporar.
Na quinta-feira, centenas faziam fila à espera de gás na
principal estrada que cruza o
território, na altura da cidade
de Deir el-Balah. Um rumor de
que o produto ia ser distribuído
havia circulado horas antes.
Hamad Abu Shamla, 24, esperou por sete horas para sair
de mãos vazias. O carpinteiro
desempregado -ele perdeu seu
emprego quando começou o
bloqueio- diz que a última vez
que teve gás em casa foi há cinco meses. Desde então, ele, a
mulher e os quatro filhos comem enlatados e pão. "Baseamos nossas esperanças em
Deus", diz ele.
O Hamas precisaria de estimados US$ 2 bilhões para reconstruir Gaza, mas até agora
EUA e União Europeia tem se
recusado a canalizar os recursos diretamente aos militantes.
"O Hamas lutou contra Israel. Ninguém mais o fez", diz
Samir Summad, 66, cuja casa
foi atingida por um bombardeio que matou Said Siam, um
dos líderes do Hamas, que estava no prédio ao lado. "Se eu
soubesse que ele estava lá, teria
fugido", diz. Um integrante do
Hamas inspecionou a casa de
Summad e prometeu ajuda.
Shehadeh Shehadeh, 39, um
confeiteiro da cidade de Gaza,
diz que votou no Hamas em
2006, mas esperava que o grupo extremista, no poder, atuasse de forma mais pragmática.
Sem ingredientes para trabalhar, ele gostaria de ver uma reconciliação entre o grupo laico
Fatah e o Hamas para ter as
fronteiras abertas. "Eu quero
uma pausa para respirar um
pouco e viver", diz.
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