São Paulo, segunda, 25 de janeiro de 1999

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IGREJA
Desordem marca os eventos preparados para a visita do papa
Mexicanos pagam caro para ver João Paulo 2º de perto nas ruas

das agências internacionais

Para poder ver de perto o papa João Paulo 2º -que chegou ao México há três dias-, milhares de mexicanos tiveram de desembolsar dinheiro ou enfrentar a desordem que predominou nos eventos preparados para a visita do pontífice, que termina amanhã.
Nas calçadas das ruas da capital mexicana por onde passou o papamóvel, lugares para ficar de pé, entre os mais próximos da pista, foram "vendidos" por 200 pesos (cerca de US$ 19) por pessoas que haviam chegado mais cedo.
Nessas vias, o acesso às passarelas de pedestres chegou a custar US$ 28. A cobrança era feita indiscriminadamente daqueles que queriam ver o papa e dos que simplesmente precisavam passar pelas pontes. Quem não pagou, teve de se arriscar atravessando as ruas em meio ao fluxo de veículos.
Para poder ficar em sacadas ou balcões com vista privilegiada para a passagem da comitiva papal, o preço cobrado por pessoa chegou a US$ 50. No México, onde metade da população vive em condições de pobreza, o salário mínimo equivale a US$ 90.
Centenas de milhares de fiéis tiveram de percorrer quilômetros a pé até o autódromo da capital, onde o papa celebrou uma missa para mais de um milhão de pessoas.
Na missa, João Paulo 2º afirmou que os povos indígenas mexicanos devem "trabalhar por seu próprio desenvolvimento". O governo mexicano suspendeu há dois anos as negociações com a guerrilha indígena no Estado de Chiapas (sul).
O papa criticou as atitudes e os "critérios dominantes que põem em risco o desenvolvimento harmônico e o progresso integral das pessoas e dos povos".



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