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IGREJA
Desordem marca os eventos preparados para a visita do papa
Mexicanos pagam caro para ver João Paulo 2º de perto nas ruas
das agências internacionais
Para poder ver de perto o papa
João Paulo 2º -que chegou ao
México há três dias-, milhares de
mexicanos tiveram de desembolsar dinheiro ou enfrentar a desordem que predominou nos eventos
preparados para a visita do pontífice, que termina amanhã.
Nas calçadas das ruas da capital
mexicana por onde passou o papamóvel, lugares para ficar de pé, entre os mais próximos da pista, foram "vendidos" por 200 pesos
(cerca de US$ 19) por pessoas que
haviam chegado mais cedo.
Nessas vias, o acesso às passarelas de pedestres chegou a custar
US$ 28. A cobrança era feita indiscriminadamente daqueles que
queriam ver o papa e dos que simplesmente precisavam passar pelas pontes. Quem não pagou, teve
de se arriscar atravessando as ruas
em meio ao fluxo de veículos.
Para poder ficar em sacadas ou
balcões com vista privilegiada para
a passagem da comitiva papal, o
preço cobrado por pessoa chegou
a US$ 50. No México, onde metade
da população vive em condições
de pobreza, o salário mínimo equivale a US$ 90.
Centenas de milhares de fiéis tiveram de percorrer quilômetros a
pé até o autódromo da capital, onde o papa celebrou uma missa para
mais de um milhão de pessoas.
Na missa, João Paulo 2º afirmou
que os povos indígenas mexicanos
devem "trabalhar por seu próprio
desenvolvimento". O governo mexicano suspendeu há dois anos as
negociações com a guerrilha indígena no Estado de Chiapas (sul).
O papa criticou as atitudes e os
"critérios dominantes que põem
em risco o desenvolvimento harmônico e o progresso integral das
pessoas e dos povos".
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