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São Paulo, terça-feira, 25 de fevereiro de 2003

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ÁSIA

Centenas de casas desabaram na região afetada, a 2.800 km de Pequim

Terremoto mata pelo menos 260 pessoas na China

JOSEPH KAHN
DO "THE NEW YORK TIMES", EM XANGAI

Um terremoto forte sacudiu uma região ao longo da fronteira ocidental da China, deixando pelo menos 260 mortos e destruindo centenas de casas e construções.
Especialistas em sismologia disseram que o terremoto alcançou 6,8 graus na escala Richter e atingiu uma área em volta da cidade de Jiashi, a pouca distância da fronteira chinesa com o Quirguistão e o Tadjiquistão, numa região montanhosa. O terremoto aconteceu pouco depois das 10h, quando as pessoas estavam indo ao trabalho e os estudantes, começando as aulas do dia.
As autoridades disseram que o Exército mobilizou tropas para ajudar a escavar os escombros em busca de sobreviventes e corpos. Até a noite de ontem já tinham sido contabilizados 260 mortos e havia mais de mil feridos, informou Zhang Yong, do Centro de Sismologia de Xinjiang.
"Nem uma única casa nesta região escapou ilesa", disse Li Juan, funcionária do governo no município de Qiongkuer Chake, um dos mais atingidos. Ela percorreu a área do impacto depois que a sede governamental onde trabalha, um prédio de quatro andares, desabou. "Há corpos espalhados por todas as ruas. É uma visão pavorosa", afirmou.
Moradores disseram que, de acordo com os costumes da região (de maioria muçulmana), os parentes dos mortos estavam cobrindo os corpos com panos brancos e fazendo enterros imediatos. Muitas pessoas que perderam suas casas se protegeram com cobertores contra o frio.
A agência de notícias oficial Nova China informou que centenas de casas e escritórios, além de pelo menos uma escola, desabaram em Bachu. Um funcionário público atribuiu os danos aos baixos padrões seguidos na construção civil. "A qualidade das construções na região é muito baixa", disse Song Lijun, que também trabalha no Centro de Sismologia de Xinjiang. "Como há escolas entre os edifícios destruídos, tememos que haja crianças entre os mortos", afirmou.
Song disse não saber ao certo como andavam os trabalhos de resgate, nem se o número de mortos ainda vai subir muito. As comunicações entre os povoados e as cidades pequenas da região estão prejudicadas, e representantes do governo disseram que pode levar dias até que se saiba ao certo a extensão da destruição.


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