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UNIÃO EUROPÉIA
Italiano substitui Jacques Santer, denunciado por nepotismo
Prodi vai presidir comissão
das agências internacionais
Os líderes dos 15 países da União
Européia aprovaram ontem o nome de Romano Prodi para ocupar
a presidência do órgão executivo
da entidade. O ex-premiê italiano
substituirá o luxemburguês Jacques Santer na chefia da Comissão
Européia. Santer e os outros 19 comissários do órgão renunciaram
há dez dias, sob denúncias de má
administração e nepotismo.
Prodi teve seu nome aprovado
por unanimidade em reunião de líderes da UE realizada em Berlim.
Outros nomes cotados para o posto eram os premiês de Portugal,
Antonio Guterres, e da Holanda,
Wim Kok, e o secretário-geral da
Otan, o espanhol Javier Solana.
Prodi quer reunir os líderes da
UE, no próximo mês, para discutir
seu programa de "limpeza" da burocracia da Comissão Européia,
que tem sede em Bruxelas.
Não se sabe ainda, entretanto,
quando Prodi poderá efetivamente
tomar posse. Membros dos governos francês e britânico disseram
que Prodi não pode assumir o cargo até junho, mas não souberam
dizer se Santer fica no posto até lá.
Antes de assumir, o presidente e os
novos comissários têm de ser
aprovados pelo Parlamento Europeu.
Prodi, que estava ontem em
Frankfurt, afirmou que sua nova
função será "um grande desafio".
Suas principais tarefas serão a
reestruturação da burocracia de
Bruxelas e a preparação da UE para receber novos membros. A Comissão Européia é responsável pela implantação de leis e administra
um orçamento de US$ 93 bilhões.
Prodi, 59, é professor de economia na Universidade de Bolonha e
se define como "um técnico emprestado à política". Ele espera que
a Europa se torne "uma pátria unificada", com sua política de defesa
e segurança.
Ministro da Indústria, em 78, no
governo de Giulio Andreotti, participou da operação Mãos Limpas,
a ofensiva de juízes de Milão contra a corrupção, entre 1992 e 1995.
Em 1996, ele se lançou como chefe de uma coalizão de partidos de
esquerda ou de centro-esquerda, a
Ulivo (oliveira), formada por Verdes, Partido Popular, Partido Democrático da Esquerda e Renovação Italiana. Ele promoveu a adesão italiana ao euro.
A atuação de Prodi como primeiro-ministro durou 876 dias. Após
esse período, ele não conseguiu
obter uma moção de confiança no
Parlamento e renunciou.
Massimo D'Alema, que substituiu Prodi como premiê, empenhou-se em fazer com que ele se
tornasse o presidente da Comissão
Européia e abandonasse o cenário
eleitoral italiano. Prodi manifestou
hesitação, mas afirmou "não poder esnobar a Europa".
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