São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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Novo foco americano deixa vácuo

DA REDAÇÃO

A mudança do epicentro da "guerra ao terror" do Iraque para o Afeganistão, promovida por Barack Obama, já deixa um vácuo no país árabe.
O reflexo disso é o aumento de focos de insurgência -a níveis menores que os registrados na esteira da invasão americana de 2003, embora ainda preocupantes- em locais antes tidos como seguros.
Os EUA têm hoje 142 mil militares no Iraque, ou 83,5% do efetivo máximo em serviço no país, em outubro de 2007. Pelo pacto de retirada com o governo iraquiano do final de 2008, os americanos devem deixar de patrulhar áreas urbanas até 30 de junho.
Já em curso, a transferência de missões de segurança às forças iraquianas é parte do problema.
Compostos sobretudo por quadros da maioria xiita, o Exército e a polícia assimilaram até agora cerca de 5.000 membros dos Conselhos do Despertar, grupos estimados em 94 mil sunitas armados e bancados pelos americanos para combater a Al Qaeda (também sunita) e cuja atuação foi crucial para conter o terrorismo. O governo se comprometera a assimilar cerca de 19 mil.
As forças oficiais pagam aos paramilitares metade do que recebem seus quadros regulares. E mesmo assim, com a queda do preço do petróleo neste ano, falta dinheiro. Ex-membros dos grupos mercenários têm reclamado de meses de salários em atraso.
Outra consequência do acordo entre EUA e Iraque -a obrigação dos americanos de soltarem todos seus detentos contra quem não há provas para acusação na Justiça local- pesa para o aumento da violência.
Centenas de ex-membros do majoritariamente sunita Partido Baath, de Saddam Hussein, têm sido libertados. E ao menos um cometeu ataque suicida.


Com agências internacionais


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