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Líder tinha estatuto mítico em seu país
DA REDAÇÃO
Pedro Antonio Marín, conhecido como Manuel Marulanda Vélez ou "Tirofijo",
nasceu em 12 de maio de
1930 em Génova, departamento de Quindío. Antes de
deixar o povoado, "expulso
pela violência", foi açougueiro e lenhador. Segundo alguns de seus biógrafos, ganhou o apelido pela boa pontaria -dizia-se que, "onde
punha o olho, punha a bala".
Sua vida ficou profundamente marcada pelo assassinato, em 1948, do líder do
Partido Liberal, Jorge Eliécer Gaitán. Passou a ser perseguido pelo governo de Ospina Pérez. Desde essa época, viveu foragido.
O batismo de fogo como
guerrilheiro teve lugar em
setembro de 1949, quando,
acompanhado de vários irmãos e primos, atacou seu
povoado natal após um ataque frustrado da polícia.
Passou, então, a organizar
grupos de resistência nas
montanhas da região, onde
ainda se escondia.
Depois, com Luis Alberto
Morantes, seria um dos fundadores, nos anos 60, das
Farc. O dia 27 de maio de
1964 é considerado a data
oficial do nascimento da
guerrilha de esquerda, que se
estendeu a boa parte do país.
Contudo as Farc tiveram
um crescimento lento entre
1974 e 1982, centrado sobretudo nas zonas camponesas
distantes dos grandes centros urbanos.
Nos anos 80, o governo de
Belisario Betancur (1982-86)
tentou, sem êxito, discutir
um processo de paz com as
Farc. Fracassadas as negociações, o grupo se estendeu
a outras regiões da selva
amazônica e do planalto colombiano e intensificou os
seqüestros de policiais e soldados assim como atentados
a políticos e ataques a guarnições e povoados. É também a partir dessa época que
o grupo passa a se envolver
com o narcotráfico.
Em quase quatro décadas,
estima-se que o conflito civil
no país tenha deixado mais
de 30 mil mortos.
A morte de Marulanda significa a terceira baixa na cúpula da grupo, depois de Raúl
Reyes (em bombardeio na
fronteira colombiano no
Equador), e Iván Ríos (assassinado por seu segurança).
Alguns dos companheiros
de armas de Marulanda o
descreveram como um "homem desconfiado", apesar
da aparência de "camponês
bonachão".
Sua atuação como guerrilheiro lhe valeu um estatuto
quase mítico em seu país.
Segundo o historiador Orlando Villanueva, em "Guerrilheiros e Bandidos", "surgiam relatos de combates inverossímeis, em que Marulanda enfrentava sozinho batalhões inteiros. Também foram feitas canções sobre sua
vida e falava-se que ele tinha
pacto com o diabo".
Com agências internacionais
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