Regime havia prometido testar armas após país ser punido por lançamento de foguete

Japão pede reunião do Conselho de Segurança da ONU; Coreia do Sul reúne gabinete; EUA dizem que não podem confirmar teste

DA REUTERS

A Coreia do Norte anunciou no fim da noite de ontem (manhã de hoje na Ásia) ter realizado com sucesso um teste nuclear. O suposto teste subterrâneo ocorre semanas depois de o regime comunista anunciar a reativação de seu programa nuclear em retaliação às sanções impostas pela ONU ao país em resposta pelo lançamento de um foguete em 5 de abril.
A Presidência da vizinha Coreia do Sul alertou sobre o teste após registrar um tremor artificial de de 4,7 pontos na escala Richter pouco depois das 10h (hora local). O tremor foi confirmado por medidores americanos, mas o governo dos EUA afirmava, até o fechamento desta edição, não ter informações suficientes para confirmar a realização do teste.
O governo do presidente sul-coreano Lee Myung-bak convocou uma reunião de gabinete urgente para analisar o tema.
O Japão pediu uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU. "Definitivamente vamos responder a isso. Temos de fazê-lo no Conselho de Segurança da ONU", afirmou Kazuo Kodama, porta-voz da Chancelaria japonesa.

Ameaça
O governo norte-coreano havia dito recentemente que faria novo teste nuclear em resposta ao endurecimento das sanções ao país após o teste com o foguete em abril.
Segundo a ONU, o lançamento do foguete violou resolução que impôs o abandono de programas nuclear e balístico. Pyongyang alega que apenas tentou colocar um satélite em órbita.
Com o teste, o regime norte-coreano volta a violar o tratado de desarmamento assinado em 2007, meses depois de o país haver conduzido seu primeiro teste nuclear.
No mês passado, a Coreia do Norte expulsou também técnicos da AIEA (agência atômica da ONU). Pyongyang abandonou também o Grupo dos Seis (EUA, Rússia, Japão, China e as Coreias), fórum das negociações que culminaram no desligamento do reator nuclear de Yongbyon, em 2007.
O novo teste já era esperado, mas analistas afirmam que ele ocorreu antes que o esperado. O teste é também uma nova provocação internacional. Isolado desde o colapso do bloco soviético, o regime comunista norte-coreano resiste em razão do seu relativamente avançado programa militar.