São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2011

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Explosão mata dois em ato oficial no Irã

Incidente em refinaria de petróleo ocorreu durante visita do presidente Ahmadinejad, que escapou incólume

Governo iraniano nega a possibilidade de ataque; autoridades atribuem incêndio a vazamento na tubulação da central

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Uma explosão deixou ontem dois mortos e ao menos 25 feridos em uma refinaria de petróleo no sudoeste do Irã no momento em que o presidente Mahmoud Ahmadinejad visitava o local.
Ahmadinejad saiu ileso do incidente, que causou um grande incêndio e foi atribuído por autoridades a um vazamento nas tubulações.
A possibilidade de que a explosão tenha sido resultado de um atentado contra Ahmadinejad foi descartada pelo governo.
Em agosto do ano passado, a detonação de um artefato num comboio que levava Ahmadinejad durante visita à cidade de Hamedan (340 km a sudoeste de Teerã) foi atribuída pelo governo a um fogo de artifício.
Um site conservador, no entanto, disse que se tratava de um atentado a granada contra o presidente, impopular e pressionado por inimigos dentro e fora do país.
A explosão de ontem ocorreu momentos antes de Ahmadinejad inaugurar novos equipamentos na central de Abadan (sudoeste), onde é refinado um quarto da produção iraniana, estimada em 1,67 milhão de barris por dia.
Bombeiros apagaram o fogo, e Ahmadinejad ordenou que os feridos em situação mais grave fossem levados de avião até Teerã.
Sites iranianos críticos do presidente dizem que o verdadeiro número de mortos pode chegar a 30.
Momentos depois, o presidente fez um discurso no qual não tocou no incidente.
Segundo analistas, o ocorrido deixa Ahmadinejad em um situação constrangedora, independentemente da causa da explosão.
Um atentado mostraria que o líder iraniano é detestado ao ponto de ser considerado um alvo a ser eliminado por seus inimigos.
Uma explosão causada por problemas técnicos em plena inauguração oficial de novos equipamentos jogaria luz sobre as graves deficiências da indústria de petróleo iraniana, principal fonte de renda do país.
Há relatos de que vários profissionais que trabalham na central, entre eles engenheiros alemães, teriam se recusado a participar do ato oficial por avaliar que as instalações não ofereciam segurança, apesar da instalação de novas máquinas.
O Irã é o segundo maior exportador da Opep (organização dos países exportadores), mas enfrenta dificuldade para modernizar a estrutura de produção devido às sanções comerciais impostas por EUA e ONU por se recusar a suspender seu programa de enriquecimento de urânio.
A obra em Abadan é parte do esforço iraniano para contornar as sanções e a falta de investimento.
Em agosto, uma explosão em uma petroquímica matou cinco pessoas, um mês depois de Ahmadinejad ter feito uma visita ao local.
Recentemente, o presidente destituiu o ministro do Petróleo e assumiu o cargo em caráter interino, despertando a fúria de rivais políticos.


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