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IRÃ NA MIRA
Maioria nos EUA defende ação militar para impedir que Teerã tenha armas nucleares, diz pesquisa do "Post"
56% dos americanos apóiam ataque ao Irã
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
A maioria dos americanos apóia
uma ação militar dos EUA contra
o Irã para impedir que os iranianos adquiram armas nucleares.
Ao mesmo tempo, cresce a
preocupação entre a opinião pública nos EUA em relação à permanência de soldados americanos no Iraque ocupado.
Segundo pesquisa publicada
ontem pelo jornal "The Washington Post" e realizada em parceria
com a rede ABC, 56% dos americanos apoiariam uma guerra contra o Irã neste momento.
O apoio ocorre apesar de uma
queda, de cerca de 75% para 51%,
no total de entrevistados que consideram "aceitável" a quantidade
de soldados mortos no Iraque até
o momento.
Outros 72% dizem ainda "temer" que as forças norte-americanas tenham de permanecer por
um "longo e custoso" período no
Iraque.
Desde o dia 1º de maio, quando
o presidente George W. Bush declarou o fim dos combates de
maior porte no país, 19 soldados
americanos morreram em ataques no Iraque.
Entre os entrevistados, 44%
qualificaram como "inaceitável"
esse número de mortos.
Terceira guerra
Shireen Hunter, diretora do
programa islâmico do Centro Internacional de Estados Estratégicos, de Washington, disse à Folha
que o apoio da opinião pública
americana a uma ação no Irã dificilmente levará a administração
Bush a uma terceira guerra (depois do Afeganistão e Iraque) no
atual mandato.
"Pode haver um encorajamento
para um apoio mais efetivo dos
EUA à atual oposição dentro e fora do Irã", afirmou.
Hunter lembra que o governo
Bill Clinton chegou a gastar US$
20 milhões em ações desse tipo,
que resultaram, por exemplo, na
constituição da rádio de oposição
Irã Livre.
Vários grupos de oposição ao
atual regime iraniano, pacíficos
ou não, permanecem bastante ativos dentro e fora do país.
A facção Mujahedin Khalq, que
teve dezenas de integrantes detidos na França, planejava ataques
a embaixadas do Irã na Europa e o
assassinato de membros do serviço de inteligência iraniano em vários países da região.
"De qualquer forma, a pesquisa
justificará uma retórica mais
agressiva de autoridades dos EUA
contra o Irã", diz Hunter.
Apesar da diminuição da tolerância em relação à morte de soldados no Iraque, permanece alto
(67%) o apoio ao modo como o
presidente Bush vem administrando a situação no país.
Outros 68% aprovam, de maneira geral, a administração Bush.
Apesar de os americanos não terem encontrado até agora o que
os teria levado à guerra contra
Saddam Hussein -as supostas
armas de destruição em massa-,
mais de 60% acreditam que a
guerra foi, mesmo assim, "justificada".
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