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Brasil exporta carros blindados para o Iraque
DA REDAÇÃO
A violência da insurgência
iraquiana está oferecendo às
empresas brasileiras especializadas na blindagem de
veículos a oportunidade de
fazer grandes negócios. Uma
dezena de companhias do
Brasil está exportando para
o país do Oriente Médio carros cuja blindagem é feita a
um preço médio de US$ 100
mil.
"O Brasil é um país em que
se encontra um nível de blindagem bom a preços razoáveis. Essa equação não existe
em outros países", afirma
Franco Giaffone, presidente
da Abrablin, a associação
que reúne os cerca de 45 fabricantes brasileiros.
As encomendas são feitas
por empresas multinacionais -para a proteção de
seus executivos- e por governos estrangeiros -para
seu corpo diplomático. Giaffone diz que é difícil fazer
um cálculo, mas estima que,
em 2004, sejam vendidos de
cem a 200 carros blindados
brasileiros para o Iraque.
A demanda gerada pela
violência urbana estimulou
uma indústria que fez do
Brasil o maior produtor de
carros blindados do mundo
-não por acaso, outras
"potências" nesse ramo são
a Colômbia e o México.
Como a situação no Iraque
é bem mais grave, as blindagens também precisam ser
mais eficientes. A proteção
comum, menos resistente,
representa um peso extra de
150 quilos e vidros com 21
mm de espessura, capazes
de agüentar tiros de uma
Magnum 44 e submetralhadoras 9 mm.
Já a blindagem do tipo "fuzil de ataque", mais indicada
para o trânsito de Bagdá e de
Fallujah, significa 900 quilos
a mais nos veículos e vidros
de 42 mm. Os fabricantes garantem que elas resistem a
explosões de minas, granadas de mão e tiros de M-16,
AK-47 e FAL.
Giaffone crê que, antes do
11 de Setembro, a produção
mundial anual de blindagens contra atentados era de
cerca de 500 veículos. Mas a
situação mudou bastante,
diz ele. Depois dos atentados
de Madri, em março, a demanda está aumentando
também na Europa. Segundo a fabricante de carros
Ford, a blindagem comum
tinha, em 2003, uma produção mundial em torno de 18
mil unidades (em 1995, eram
apenas 4.000).
(VITOR PAOLOZZI)
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