São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2005

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IRAQUE SOB TUTELA

Tropas ganham reforço; onda de ataques em Bagdá mata 13

Alvo de protestos, Bush diz que vence guerra ao terror

DA REDAÇÃO

Em discurso ontem para militares e seus familiares no Estado de Idaho, o presidente George W. Bush disse que os EUA continuarão no Iraque e vencerão "a guerra contra o terrorismo". A fala em tom de promessa vem num momento em que cresce a pressão interna para que as tropas voltem.
"Enquanto for presidente, ficaremos, lutaremos e venceremos a guerra contra o terrorismo", afirmou. Foi o segundo discurso só nesta semana, num esforço para tentar ampliar o apoio à guerra.
Bush inclui ainda a campanha afegã no esforço de guerra. "Completaremos nosso trabalho no Afeganistão e no Iraque", disse. "Uma diminuição imediata de nossas tropas no Iraque, ou no Oriente Médio, seria como criar um campo de preparação para o lançamento de mais ataques."
O presidente fez questão de valorizar o sacrifício das famílias dos que são enviados ao Iraque e, após o discurso, se encontrou com parentes desses militares.
Cindy Sheehan, que perdeu um filho no Iraque, tem liderado protestos pacifistas, fazendo vigília perto do rancho de Bush no Texas, para onde ele voltaria ontem.
O novo discurso veio no mesmo dia em que o Departamento da Defesa anunciou um reforço de 1.500 soldados no contingente militar no Iraque, contrariando expectativas de uma redução. A justificativa foi a aproximação das votações previstas para outubro (referendo sobre a Constituição) e dezembro (eleições gerais).
A programação é que o novo grupo chegue ao Iraque antes de 15 de outubro, para quando está marcado o referendo, e fique por 120 dias. Os EUA já haviam anunciado recentemente um reforço no efetivo para vigiar presídios.
Apesar de o anúncio de ontem estar condicionado às próximas votações, a seqüência do processo dentro do prazo ainda é incerta. Na véspera de vencer o segundo adiamento da aprovação pelo Parlamento da Constituição, clérigos sunitas criticaram o esboço existente, afirmando que é muito secular e ameaça a unidade.
Houve ainda a acusação de que o Ministério do Interior, controlado pelos xiitas, tem promovido uma campanha de prisões em Madain, cidade de maioria sunita, para evitar que os detidos cumpram o prazo de registro eleitoral.
Outra complicação foi o fato de um ministro e 21 parlamentares ligados a Muqtada Al Sadr anunciarem ontem o afastamento por tempo indefinido de suas funções em protesto pelo ataque ao QG do clérigo xiita em Najaf. As instalações foram incendiadas depois de conflitos entre partidários e oponentes de Al Sadr, os quais deixaram também quatro mortos.

Violência
Em Bagdá, ataques de insurgentes com carros-bomba, tiros e granadas a policiais deixaram ao menos 13 mortos e 43 feridos. As ações foram coordenadas, reuniram dezenas de insurgentes mascarados, de uniformes pretos, e, nas ruas, geraram combates que avançaram por mais de uma hora.
Em mais dois ataques ontem, houve oito mortes. Em Bagdá, quatro seguranças do vice-ministro da Justiça foram mortos na segunda tentativa em dois dias de assassiná-lo. Numa cidade sunita, um atirador matou quatro peregrinos xiitas num ônibus.


Com agências internacionais

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