São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2006

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Síndrome é incomum em crianças

DA REDAÇÃO

O desenvolvimento da Síndrome de Estocolmo, processo pelo qual a vítima se identifica com o agressor, independe do tempo de cativeiro, mas é incomum em crianças.
Com base nas informações dadas pela Folha sobre o caso de Natascha Kampusch, o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos afirmou que um fator a ser investigado é o modo como o seqüestrador a tratou no cativeiro.
"A ameaça de explosão para uma criança não é tão grande. A criança estaria sujeita a se arriscar, porque não tem a compreensão que um adulto teria disso", disse Ferreira-Santos, que é coordenador de um grupo de atendimento a vítimas de seqüestros no Hospital das Clínicas (SP).
"Ela não saiu provavelmente porque fez alguma aliança com ele, sim. Pode ser uma aliança do tipo que ela foi seduzida, não necessariamente uma sedução sexual, mas algo que a manteve presa ou ligada a ele", afirmou.
"Fica claro que há alguma perversão nisso, particularmente com a questão do suicídio dele porque essa é uma resposta disfuncional. Ele poderia fugir ou fazer outras coisas, não precisava se matar", disse.
Ele explicou que, na psiquiatria forense, a criança até os 14 anos é considerada indefesa e incapaz de uma ação própria, e a responsabilidade é atribuída ao outro. Já no caso da Síndrome de Estocolmo, a "responsabilidade", se há, é da vítima, pois é dela que parte a identificação.


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