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Síndrome é incomum em crianças
DA REDAÇÃO
O desenvolvimento da
Síndrome de Estocolmo,
processo pelo qual a vítima se identifica com o
agressor, independe do
tempo de cativeiro, mas é
incomum em crianças.
Com base nas informações dadas pela Folha sobre o caso de Natascha
Kampusch, o psiquiatra
Eduardo Ferreira-Santos
afirmou que um fator a ser
investigado é o modo como o seqüestrador a tratou no cativeiro.
"A ameaça de explosão
para uma criança não é tão
grande. A criança estaria
sujeita a se arriscar, porque não tem a compreensão que um adulto teria
disso", disse Ferreira-Santos, que é coordenador de
um grupo de atendimento
a vítimas de seqüestros no
Hospital das Clínicas (SP).
"Ela não saiu provavelmente porque fez alguma
aliança com ele, sim. Pode
ser uma aliança do tipo
que ela foi seduzida, não
necessariamente uma sedução sexual, mas algo
que a manteve presa ou ligada a ele", afirmou.
"Fica claro que há alguma perversão nisso, particularmente com a questão
do suicídio dele porque essa é uma resposta disfuncional. Ele poderia fugir
ou fazer outras coisas, não
precisava se matar", disse.
Ele explicou que, na psiquiatria forense, a criança
até os 14 anos é considerada indefesa e incapaz de
uma ação própria, e a responsabilidade é atribuída
ao outro. Já no caso da
Síndrome de Estocolmo, a
"responsabilidade", se há,
é da vítima, pois é dela que
parte a identificação.
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