São Paulo, quinta-feira, 25 de agosto de 2011

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Itamaraty faz ressalvas a grupo proposto por França

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO


O Itamaraty teme que o Grupo de Contato sobre a Líbia -formado por potências ocidentais e regionais, proposto pela França para discutir o futuro do país -tome o lugar do Conselho de Segurança da ONU nas discussões sobre o tema.
Para o Ministério das Relações Exteriores, a formação de grupos não pode deixar que temas do Conselho sejam tratados "por fora". Ontem, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, mencionou a participação do Brasil no Grupo de Contato. O Itamaraty diz que ainda não houve convite formal.
"O Brasil tem o interesse de continuar se relacionando o mais rápido possível com a Líbia. Acredito que, com mais democracia, haverá mais diálogo e isso levará a um relacionamento mais aprofundado", disse o porta-voz do ministério, Tovar Nunes. O chanceler Antonio Patriota falou por telefone com seus pares da China e da Rússia. Segundo seu porta-voz, foi encontrado um "denominador comum".
"Há nuances no que tange à questão da Líbia, mas os países gostaram de se consultar e perceberam concordâncias sobre o pós-reconstrução", afirmou Nunes.

PETROBRAS
O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse ontem que o Brasil não sofrerá consequências no setor do petróleo pelas instabilidades da Líbia, um dos mais importantes produtores mundiais.
Segundo ele, o Brasil tinha apenas um campo no país, com investimentos de US$ 3 milhões, "o que é muito pouco para a Petrobras". Os sete brasileiros que trabalhavam no campo foram retirados do país ainda em fevereiro, e toda a atividade no local foi paralisada. Mesmo diante da posição de cautela do Brasil em relação aos rebeldes líbios, as construtoras brasileiras Andrade Gutierrez e Norberto Odebrecht mantêm a esperança de retomar as obras, contratadas ainda sob o regime de Gaddafi.
As empreiteiras mantêm equipes para controlar os equipamentos que permanecem nos canteiros das obras. Segundo as companhias, o patrimônio é vigiado por cidadãos líbios.
A Odebrecht diz que concluiu em fevereiro a retirada de 3.558 pessoas de 35 nacionalidades diferentes. Ela foi contratada, ainda durante o governo de Gaddafi, para as construções do Aeroporto Internacional de Trípoli e do Anel Viário de 24 quilômetros no entorno da capital.
A empresa diz que o financiamento foi feito inteiramente pelo governo líbio e negou prejuízos de US$ 300 milhões com a crise política.
(CAROLINA SARRES, SOFIA FERNANDES E AGNALDO BRITO)


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