São Paulo, quinta, 25 de setembro de 1997.



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Movimento sindical 'renasce'

de Washington

O sucesso da greve dos funcioná rios da maior empresa transporta dora de encomendas dos EUA, a UPS, em agosto, foi saudado como o sinal de ressurreição do movi mento sindical do país. Havia pelo menos 15 anos que nenhuma greve importante obtinha êxito ou ga nhava o apoio da opinião pública.
Depois da UPS, os trabalhadores do sistema de transporte público de San Francisco, na Califórnia, Costa Oeste, cruzaram os braços por seis dias e também saíram vi toriosos, e os músicos da Orques tra Lírica de Chicago também tive ram suas reivindicações atendidas após paralisação de uma semana.
O presidente da AFL-CIO, John Sweeney, anunciou que essas vitó rias o autorizam a desencadear a primeira grande ofensiva de mobi lização para aumentar o número de trabalhadores sindicalizados nos EUA dos últimos 45 anos.
Sweeney, 63, venceu em 1995 a primeira eleição em um século pa ra a presidência da AFL-CIO com a participação de mais de um candi dato e está dando nova vida ao mo vimento sindical norte-america no. Ele espera acabar com a ima gem pública dos sindicatos ainda associada à idéia de corrupção e de esquerdismo desde os anos 40.
Um dos argumentos de Sweeney para aumentar o número de sindi calizados é o fato, incontestado mesmo pelos pesquisadores que mais se opõem ao movimento sin dical, de que os trabalhadores as sociados a sindicatos ganham salá rios em média 20% superiores a de seus colegas nas mesmas funções, mas sem representação sindical.
Além disso, os benefícios traba lhistas dos sindicalizados (aposen tadoria, assistência médica, nú mero de dias de férias pagas) são pelo menos duas vezes superiores ao dos colegas não-sindicalizados.
A esses argumentos a oposição aos sindicatos responde que, em bora os sindicalizados ganhem, de fato, mais do que os não-sindicali zados, esse custo adicional para as empresas, se for generalizado, pre judicará o crescimento da econo mia como um todo e resultará em desemprego, recessão e pobreza.
Apesar de a economia norte-a mericana ter se mantido estável e em progresso nos últimos cinco anos, pesquisas de opinião pública mostram que a maioria dos traba lhadores teme por seu emprego e vê o futuro como incerto. Esse re ceio coletivo é usado como argu mento tanto pelos que pretendem aumentar a sindicalização no país como pelos que tentam mantê-la estável ou mesmo diminuí-la. (CELS)



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