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Movimento sindical 'renasce'
de Washington
O sucesso da greve dos funcioná
rios da maior empresa transporta
dora de encomendas dos EUA, a
UPS, em agosto, foi saudado como
o sinal de ressurreição do movi
mento sindical do país. Havia pelo
menos 15 anos que nenhuma greve
importante obtinha êxito ou ga
nhava o apoio da opinião pública.
Depois da UPS, os trabalhadores
do sistema de transporte público
de San Francisco, na Califórnia,
Costa Oeste, cruzaram os braços
por seis dias e também saíram vi
toriosos, e os músicos da Orques
tra Lírica de Chicago também tive
ram suas reivindicações atendidas
após paralisação de uma semana.
O presidente da AFL-CIO, John
Sweeney, anunciou que essas vitó
rias o autorizam a desencadear a
primeira grande ofensiva de mobi
lização para aumentar o número
de trabalhadores sindicalizados
nos EUA dos últimos 45 anos.
Sweeney, 63, venceu em 1995 a
primeira eleição em um século pa
ra a presidência da AFL-CIO com a
participação de mais de um candi
dato e está dando nova vida ao mo
vimento sindical norte-america
no. Ele espera acabar com a ima
gem pública dos sindicatos ainda
associada à idéia de corrupção e de
esquerdismo desde os anos 40.
Um dos argumentos de Sweeney
para aumentar o número de sindi
calizados é o fato, incontestado
mesmo pelos pesquisadores que
mais se opõem ao movimento sin
dical, de que os trabalhadores as
sociados a sindicatos ganham salá
rios em média 20% superiores a de
seus colegas nas mesmas funções,
mas sem representação sindical.
Além disso, os benefícios traba
lhistas dos sindicalizados (aposen
tadoria, assistência médica, nú
mero de dias de férias pagas) são
pelo menos duas vezes superiores
ao dos colegas não-sindicalizados.
A esses argumentos a oposição
aos sindicatos responde que, em
bora os sindicalizados ganhem, de
fato, mais do que os não-sindicali
zados, esse custo adicional para as
empresas, se for generalizado, pre
judicará o crescimento da econo
mia como um todo e resultará em
desemprego, recessão e pobreza.
Apesar de a economia norte-a
mericana ter se mantido estável e
em progresso nos últimos cinco
anos, pesquisas de opinião pública
mostram que a maioria dos traba
lhadores teme por seu emprego e
vê o futuro como incerto. Esse re
ceio coletivo é usado como argu
mento tanto pelos que pretendem
aumentar a sindicalização no país
como pelos que tentam mantê-la
estável ou mesmo diminuí-la.
(CELS)
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