São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 2002

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Gore estimula oposição à guerra

DA REUTERS

Um ataque à política de George W. Bush em relação ao Iraque feito pelo ex-vice-presidente Al Gore pode estimular o debate nos EUA sobre uma nova guerra no golfo Pérsico, disseram analistas.
Em um discurso em San Francisco anteontem, Gore, derrotado por Bush nas urnas em 2000, criticou a determinação do presidente em derrubar o ditador iraquiano, Saddam Hussein, mesmo que os EUA tenham de agir sozinhos.
"O governo opera de forma calculada para satisfazer a porção de sua base que ocupa a extrema direita, à custa da solidariedade entre nós como americanos e da solidariedade entre nosso país e nossos aliados", afirmou Gore.
O democrata disse que uma guerra contra o Iraque desviaria as atenções da "guerra contra o terror" e da necessidade de estabilizar o Afeganistão, custaria bilhões de dólares e deixaria o Iraque tão instável e desorganizado que ele se tornaria mais perigoso. O especialista em pesquisas de opinião John Zogby disse que a mensagem de Gore havia sido "muito bem programada".
"Gore entrou exatamente quando parecia que o sentimento pró-guerra praticamente não seria desafiado no Congresso ou no país", disse Zogby. "Um movimento antiguerra crescerá a partir disso."
Para Steven Wayne, cientista político da Universidade Georgetown, o ex-vice-presidente "apresentou argumentos legítimos e substanciais que possibilitam que o país tenha um debate real".
Republicanos criticaram Gore. Jim Dyke, porta-voz do Comitê Nacional Republicano, classificou o discurso como obra de um "mercenário político".
Segundo uma pesquisa do instituto Gallup divulgada ontem, 57% dos americanos apóiam o envio de tropas ao Iraque. A proporção subiria para 60% se o Congresso desse seu aval à ofensiva e para 79% se a ONU o fizesse.


Com agências internacionais


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