Captura em área sob disputa elevou tensão

FABIANO MAISONNAVE
DE PEQUIM

Pressionado por ameaças e retaliações do seu principal parceiro comercial, o Japão libertou ontem o capitão de barco chinês capturado no último dia 7 em águas disputadas pelos dois países.
Um dos promotores japoneses encarregados do caso admitiu que a libertação de Zhan Qixiong ocorreu devido à crise diplomática entre as maiores economias da Ásia.
"Considerando as implicações para os cidadãos de nossa nação e para o futuro das relações Japão-China, era inapropriado manter o capitão em custódia para mais investigações", declarou o promotor Toru Suzuki, de Okinawa, arquipélago japonês ao sul de Tóquio.
A crise começou após o Japão ter interceptado um barco pesqueiro chinês na região de ilhotas inabitadas disputadas pelos dois países, chamadas de Senkaku no Japão e de Diaoyu na China.
O capitão chinês foi levado preso e acusado de ter intencionalmente chocado o seu barco contra as patrulhas.
A crise ocorre no auge das relações comerciais entre os países. Em 2009, a China se tornou o principal parceiro comercial do Japão.
Apesar da libertação, a expectativa é a de que as relações demorem a se normalizar, após mais de duas semanas de tensão alimentada sobretudo por uma intensa pressão de Pequim, que cortou relações diplomáticas de alto nível e prendeu quatro japoneses no interior do país


Texto Anterior: Memória: Celular com bomba matou líder em Gaza
Próximo Texto: Chile: Mineradora tem patrimônio retido para pagar resgate
Índice | Comunicar Erros