São Paulo, sexta-feira, 25 de outubro de 2002

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GUERRA À VISTA

Iraque pede que ONU resista à pressão dos EUA e não aprove resolução
O Iraque disse ontem que a ONU deve resistir às pressões dos EUA e impedir a aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança (CS) que Bagdá compara a uma declaração de guerra.
Washington apresentou nesta semana uma versão revisada de proposta de resolução obrigando o Iraque a permitir rigorosas inspeções de suas armas de destruição em massa e ameaçando com "sérias consequências" o regime de Saddam Hussein caso se negue a cooperar.
A posição americana sofre forte resistência entre membros permanentes do CS (com direito a veto), como Rússia e França, que temem que os EUA venham a apresentar a resolução como uma justificativa para uma ofensiva militar para depor Saddam.
"Os EUA querem criar justificativas para atacar o Iraque com uma nova resolução", disse o chanceler iraquiano, Naji Sabri. "A proposta apresentada é um insulto à ONU e à comunidade internacional. É uma flagrante violação à ONU e semelhante a uma guerra contra a ONU."
Sabri disse ainda não haver necessidade de aprovação de nova resolução, pois já existem mecanismos para a retomada das inspeções de armas, cujo reinício foi autorizado pelo Iraque. "Os EUA não querem a volta dos inspetores porque eles vão expor suas mentiras contra o Iraque."
Bagdá nega possuir armas de destruição em massa. China, Rússia e França defendem o retorno dos inspetores ao país antes da aprovação no CS de uma autorização de uso da força contra o Iraque. Impacientes com a demora nas negociações na ONU, os EUA dizem que o diálogo está "próximo do fim" e estudam submeter sua proposta a votação mesmo sem chegar a um acordo com Paris e Moscou.



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