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AMÉRICA LATINA
Presidente colombiano terá sua popularidade posta à prova num referendo, hoje, e em eleições pelo país, amanhã
Uribe começa a enfrentar testes eleitorais
DA REDAÇÃO
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, enfrenta um teste a
partir de hoje em duas votações
neste final de semana no país, que
teve 29 candidatos mortos desde
o início do ano e contará com um
efetivo de segurança de 270 mil
homens durante as eleições.
Na primeira votação, a população decidirá num referendo se
aprova 15 medidas políticas e econômicas pretendidas pelo governo, como o congelamento, pelo
período de dois anos, dos vencimentos e aposentadorias de servidores públicos que recebem acima de dois salários mínimos.
Amanhã, haverá eleições para
governador e o Legislativo dos
Departamentos (Estados) e para
prefeito e o Legislativo de todas as
cidades. Na capital, Bogotá, um
candidato de oposição ao governo Uribe tem ligeiro favoritismo.
Caso não consiga a aprovação
das medidas que pretende implantar, com o objetivo de diminuir gastos públicos e fazer reformas políticas, o presidente sofrerá
seu principal revés. Desde sua
posse, em maio de 2002, ele tem
feito campanha pelo referendo.
As eleições de domingo também poderão se transformar num
problema para Uribe, um político
de direita cujo combate à guerrilha o levou a registrar 75% de
aprovação em recente pesquisa.
Em Bogotá, lidera as pesquisas
para a prefeitura o esquerdista
Luis Eduardo Garzón, ex-líder da
Central Unitária dos Trabalhadores e derrotado na eleição presidencial de 2002. Se Lucho, como é
conhecido, ganhar, será uma das
mais significativas vitórias da esquerda colombiana, o que dará
força no cenário nacional a um
opositor da linha militarista de
Uribe, financiada pelos EUA.
Ainda fazem parte do referendo
questões como a diminuição do
número de cadeiras no Congresso, de 268 para 218, e a perda do
mandato de congressistas que,
por exemplo, faltarem às sessões
ou negociarem suborno. O objetivo é combater a corrupção.
O governo também espera economizar cerca de US$ 7 bilhões
em sete anos com as medidas incluídas no referendo. Para que ele
seja válido, é necessária a participação de cerca de 6,25 milhões de
pessoas (25% do eleitorado). O
voto não é obrigatório no país.
Uma pesquisa de opinião divulgada ontem pelo jornal "El Tiempo" mostrou que a tendência está
indefinida. O levantamento também indicou que de 20% a 28%
dos eleitores devem participar.
Os opositores do referendo, como Lucho, fazem campanha pela
abstenção, argumentando que as
medidas agravarão a pobreza.
Já os partidários, com participação ativa de Uribe, tentam associar a votação à política do governo de combate ao terrorismo dos
grupos guerrilheiros. "O único
motivo para não votar é a perda
de memória", estamparam em
anúncios. Também argumentam
que, sem as medidas, as finanças
públicas entrarão em colapso.
"Eu não diria que o referendo
resolverá nossos problemas. Não
vai, não fará milagres, mas é um
passo na direção certa", afirmou o
presidente. Apesar da importância que dá ao referendo, Uribe já
se comprometeu a respeitar a
vontade popular e não encaminhar ao Congresso as medidas
que não forem aprovadas.
No aspecto da segurança, a Federação Colombiana de Municípios divulgou que, dos 207 candidatos que desistiram, 50 alegaram
ameaças e tentativas de atentado.
Também havia 13 sequestrados.
Em Hacarí (norte), os 22 candidatos ao Legislativo municipal
declararam ter desistido por causa de ameaças do grupo guerrilheiro terrorista Farc. Os paramilitares também alvejam os políticos. Segundo a ministra da Defesa, Marta Lucía Ramírez, em quatro dos 1.098 municípios não haveria eleições por insegurança.
Com agências internacionais
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