DA REDAÇÃO

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, aceitou reunir-se em Cali amanhã com líderes indígenas que promovem uma marcha já com mais de 20 mil manifestantes, que partiu do departamento de Cauca (sudoeste) na terça-feira em direção à cidade. Eles haviam recusado um encontro em Cauca.
A decisão de Uribe de dialogar pessoalmente com os indígenas ocorre após cerca de duas semanas de manifestações, que resultaram em três mortes desde a semana passada, e em meio a uma escalada de protestos pelo país.
A marcha chegaria ontem a Jamundi, a 14 quilômetros de Cali. Os indígenas planejavam definir a pauta de reivindicações, que inclui 200 mil hectares de terras, condições ao tratado de livre-comércio com os EUA e rechaço de acusações do próprio Uribe de que seriam ligados às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
A polícia de Bogotá atribuiu ontem à guerrilha a autoria da onda de explosões que deixou 16 feridos, na quinta-feira na capital. O prefeito, no entanto, preferiu não apontar culpados.
Em outro tema delicado para Uribe, três coronéis do Exército foram afastados em meio às investigações sobre o caso dos jovens da região de Bogotá encontrados mortos no norte do país em setembro. Suspeita-se de que, apesar de considerados "mortos em combate", tenham sido assassinados por militares em troca de gratificações.