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Discriminados, hazaras têm sua
história marcada por massacres
DA REDAÇÃO
Os hazaras, etnia mais discriminada no Afeganistão, sofreram diversos massacres nos últimos 200
anos. Um deles, em 1998, quase
provocou uma guerra com o vizinho Irã, que enviou 70 mil soldados à fronteira para uma ação militar que ao final foi evitada. Tanto
o Irã quanto os hazaras são majoritariamente muçulmanos xiitas.
A morte de cerca de 8.000 hazaras e de nove diplomatas iranianos na cidade afegã de Mazar-e-Sharif (norte) foi relatada pela organização de defesa dos direitos
humanos Anistia Internacional.
A Anistia acusou o movimento
extremista islâmico Taleban de
matar "milhares de civis" na área
de Mazar-e-Sharif, embora relatos apontassem como responsável o grupo islâmico Hezbi, aliado
do Taleban e também da etnia
pashtu (majoritária no Afeganistão). Testemunhas disseram que
os corpos de pelo menos um grupo de civis composto por mais de
mil homens, mulheres e crianças
foram atirados numa vala comum nos arredores da cidade.
Apesar da carnificina, o então líder da oposição ao Taleban, Ahmad Massoud (tadjique), disse:
"Não perdemos Mazar-e-Sharif.
O comandante de Mazar nos
traiu. Ele se vendeu. Entregou a
cidade ao inimigo por uns poucos
dólares". Já antes dos atentados
de 11 de setembro nos EUA, os hazaras comandavam ofensivas isoladas para tentar recuperar Mazar-e-Sharif.
Outra estratégia do Taleban,
além dos massacres, era impedir a
chegada de alimento às regiões
onde se concentram os hazaras.
Membros do Taleban, grupo de
maioria muçulmana sunita, levavam algumas mulheres xiitas a
suas casas para servirem de escravas e se casarem com aliados.
Garotos xiitas a partir de 12 anos
e mulheres eram enviados a campos de prisioneiros.
(PAULO DANIEL FARAH)
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