São Paulo, Sábado, 25 de Dezembro de 1999


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Guerrilha na Colômbia suspende ações durante as festividades


da Redação

Nunca houve, depois da Primeira Guerra, uma trégua de dimensões tão inacreditáveis como aquela do Natal de 1914. Mas alguns episódios, como o que ocorre este ano na Colômbia, mostram que ainda há entre os combatentes a tentação de parar o morticínio para celebrar as festas de final de ano.
A guerrilha marxista Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciou esta semana uma trégua de Natal e Ano Novo, até o dia 10 de janeiro, no seu sangrento conflito contra o Exército.
A decisão foi tomada após sugestão do presidente Andrés Pastrana, que vem buscando desde sua posse, em 98, uma solução negociada para o conflito que já deixou 35 mil mortos nos últimos dez anos.
Para estimular o cessar-fogo, o Exército colombiano preparou uma ofensiva de relações públicas natalinas: enviou cerca de 100 mil cartões de natal aos guerrilheiros e seus familiares.
Neles, além da tradicional saudação de "Feliz Natal e próspero Ano Novo", os militares tentam convencer os rebeldes a desertar.
Mas antes mesmo de chegar o Natal, na quinta-feira, o comando do Exército colombiano já acusava as Farc de terem sequestrado e matado dois jovens soldados, desrespeitando a trégua.
Na Tchetchênia, mais sangrento conflito em andamento neste final de ano, a Rússia não apenas descartou a adoção de um cessar-fogo natalino como vinha fazendo planos ao longo da semana de tomar a capital da Província separatista, Grozni, justamente durante o Natal.
Outro conflitos no mundo, como os que ocorrem no sul do Líbano, Congo (ex-Zaire) ou Angola tampouco devem ter sua carga aliviada em razão das comemorações do Natal e da virada do ano 2000. (MS)


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