São Paulo, sábado, 26 de janeiro de 2002

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DIREITOS HUMANOS

Condenado general que defendeu atrocidades da França na Guerra da Argélia
Um tribunal francês condenou ontem o general da reserva Paul Aussaresses, 83, por apologia a crimes de guerra. Ele havia defendido as execuções e a tortura cometidas pelas forças francesas durante a guerra da independência da Argélia.
Aussaresses liderava as operações de inteligência durante os mais sangrentos anos do conflito, que durou de 1954 a 1962.
Ele foi levado a julgamento após a publicação de suas memórias, em maio, nas quais ele reconhece as execuções sumárias e outros abusos durante a guerra. Ele foi multado em 7.500 euros (cerca de R$ 15,6 mil) e poderá receber uma pena de até cinco anos de prisão. Os dois editores do livro também foram multados, em 15 mil euros (cerca de R$ 31,2 mil) cada um.
Aussaresses havia defendido veementemente suas ações durante a Guerra da Argélia durante o julgamento. Seu advogado argumentou que ele não fez mais que recontar fatos históricos. Os crimes cometidos pelos veteranos franceses da Guerra da Argélia foram anistiados em 1968, razão pela qual o general da reserva foi condenado só pela apologia de crimes de guerra.
O lançamento do livro de Aussaresses gerou protestos de grupos de defesa dos direitos humanos e um mal-estar dentro do Exército. Segundo sua versão, o governo da época não só tinha conhecimento dos abusos como os aprovava.


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