São Paulo, segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

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Colômbia reforçará fronteira com Equador

Medida sucede em menos de uma semana anúncio por Quito de restrições para entrada de colombianos

DA REDAÇÃO

O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, confirmou ontem o envio de 27 mil militares, além de veículos de combate e monitoramento fluvial, para reforçar o controle dos 640 km de fronteira com o Equador . A medida será acompanhada da criação de um comando unificado do sul, disse Uribe, para "avançar na recuperação da ordem pública" na região.
A medida sucede em menos de uma semana o anúncio de seu homólogo equatoriano, Rafael Correa, de que Quito voltará a exigir certificação do histórico judicial de colombianos que quiserem entrar no Equador. A Colômbia reagiu acusando o vizinho de agir de maneira "discriminatória e xenófoba".
Quito rompeu relações diplomáticas com Bogotá em março do ano passado, após a Colômbia realizar um bombardeio aéreo -seguido por incursão terrestre- a um acampamento das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano. A ação deixou mais de 20 mortos, entre os quais o número dois da guerrilha, Raúl Reyes.
Anteontem, quando adiantou à imprensa o teor das novas medidas de reforço militar na fronteira sudoeste, o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que "cada vez estamos reforçando mais e mais o controle sobre uma fronteira que é bem difícil".
Santos não fez menções às novas restrições de Quito ao ingresso de colombianos no país, mas exortou a uma melhor cooperação com o outro lado da fronteira que estabelecesse uma "comunicação fluida" entre as forças armadas vizinhas.
Também anteontem, em seu programa semanal de rádio e televisão, Correa justificou as medidas anunciadas na terça-feira da semana passada alegando "descuido" de Bogotá com a fronteira. Segundo ele, o ingresso de colombianos pela região contribui para o aumento dos delitos no Equador.
A exigência de certificado de antecedentes para a entrada de pessoas no Equador fora extinta em meados de 2008, no marco da política de portas abertas a estrangeiros promovida pelo presidente equatoriano.
Para Correa, "não há nada mais distante da verdade" do que as acusações do chanceler da Colômbia, Jaime Bermúdez, de que o restabelecimento das medidas para colombianos é "discriminatório, estigmatizante e talvez até xenófobo".

Com agências internacionais


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