DA REDAÇÃO

O Irã voltou a desagradar à comunidade internacional ao serem divulgadas imagens de misteriosos túneis perto de uma unidade de conversão de urânio.
Quando assinou, em novembro, um acordo com países europeus para resolver a questão do seu programa nuclear, o Irã não informara à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), que é ligada à ONU, que ocorriam trabalhos de escavação de túneis perto da unidade de Ispahan.
Segundo fontes diplomáticas, o país só informou isso à agência em dezembro, pouco antes de a revista alemã "Der Spiegel" publicar fotos de satélite das instalações. Novas imagens trouxeram o caso à tona, e o atraso, que se soma a uma longa lista de lacunas, será mencionado em uma declaração do diretor da agência, Mohamed El Baradei, ao Conselho de Governadores da AIEA, no dia 28.
Com cinco metros de altura, os túneis são grandes demais para serem apenas depósitos de material nuclear -sua função oficial-, mas não têm tamanho suficiente para abrigar uma unidade completa de conversão, protegida de bombardeios. A AIEA já os inspecionou, e eles estavam vazios. "Mas não é normal que, depois de dois anos de investigações, a gente descubra outra vez que eles esconderam alguma coisa", disse o representante de um país, que não quis se identificar.
Os três países europeus que tomaram a iniciativa de relançar o diálogo com Teerã -o Reino Unido, a França e a Alemanha- também se irritaram ao descobrir que, na usina de Natanz, os iranianos realizam trabalhos de manutenção e testes sobre a qualidade dos materiais nucleares.
Enquanto isso, a Coréia do Norte anunciou sua amizade com o Irã. "O povo da Coréia do Norte e o do Irã estabeleceram laços de amizade, apoio e forte cooperação entre si no sentido de conquistar independência do imperialismo", afirmou o vice-presidente do Parlamento norte-coreano, Yang Sop.