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A DESPEITO DO MURO
Tali Fahima queria ser escudo humano
Judia é presa por laços com radical palestino
STÉPHANIE LE BARS
DO "LE MONDE"
Eles poderiam nunca ter se
encontrado. Ele escapou de diversas tentativas de assassinato
do Exército israelense, é sem
dúvida o homem mais popular
de Jenin e aparece regularmente há dois anos na mídia israelense. Ela vem de uma das cidades mais pobres de Israel, antiga secretária em Tel Aviv e eleitora do Likud, partido do premiê Ariel Sharon.
Zacharia Zubeidi, do grupo
terrorista Brigada dos Mártires
de Al Aqsa, e Tali Fahima, porém, se encontraram diversas
vezes no campo de refugiados
de Jenin, por iniciativa da jovem, que queria "conhecer o
cotidiano dos palestinos".
Presa desde agosto de 2004,
Fahima viu há pouco sua detenção ser prolongada em seis
meses, até a abertura de seu
processo, previsto para 17 de
julho. É acusada de "fornecer
informações ao inimigo, ter
contatos com agente estrangeiro e apoiar organização terrorista". No final de janeiro, a Justiça decidiu que ela era um perigo para o Estado e recusou
colocá-la em prisão domiciliar.
É a primeira vez que uma
mulher judia é mantida na prisão, tratamento reservado a ativistas palestinos e excepcionalmente usado contra militantes
israelenses de extrema direita.
Diante das graves acusações
que pesam contra ela, a jovem
reconhece apenas que simpatizou com Zubeidi. Ela se ofereceu até mesmo para lhe servir
de escudo humano e não vê nada de repreensível. As autoridades, porém, chagaram a dizer, sem mostrar provas, que
ela ajudou palestinos a planejar
um atentado.
Para militantes pacifistas que
a apóiam, o processo é "político". "Uma vez que cada vez
mais gente quer ver o que faz o
Exército israelense nos territórios ocupados, as autoridades
tentam fazer pressão para que
todos tenham medo de ir lá",
disse Ouri Ayalon, que luta
contra a construção do muro
entre Israel e Cisjordânia.
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