|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
No Haiti, Lula pede perdão da dívida e elogia missão do Brasil
Em 1ª visita após terremoto, presidente se emociona ao discursar a militares
SIMONE IGLESIAS
ENVIADA ESPECIAL A PORTO PRÍNCIPE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem o perdão da dívida do Haiti, de US$
1,3 bilhão, pelos organismos internacionais e países credores.
Em sua primeira visita ao
país depois do terremoto de 12
de janeiro, que matou mais de
200 mil pessoas e praticamente
destruiu a capital haitiana, Lula
discursou e almoçou com as
tropas, sobrevoou Porto Príncipe, assinou protocolos de ajuda
e visitou escombros de um hotel no bairro Tabarre, próximo
à base militar brasileira.
"Precisamos fazer gestão
junto a todos os credores do
mundo, ao Banco Mundial, ao
FMI. É preciso que o mundo dê
demonstração de que quer ajudar o Haiti de verdade anistiando essa dívida", disse.
"O perdão da dívida não vai
resolver o problema imediato
de recursos que o país precisa,
mas vai permitir que o Haiti esteja credenciado para fazer linhas de financiamento", disse.
Lula e o presidente do Haiti,
René Préval, assinaram prorrogação de acordos em quatro
áreas: formação de mão de
obra, incentivo a educação,
construção de cisternas e projeto voltado à agricultura familiar e segurança alimentar.
O governo brasileiro não
anunciou pacote de novas medidas previsto pelo Gabinete de
Segurança Institucional e pelo
Itamaraty no começo do mês. O
Brasil decidiu aguardar reunião
de doadores ao Haiti que ocorrerá em março nos EUA.
Ao discursar para os militares que estão atuando na missão de paz da ONU, Lula se
emocionou e disse que, embora
a tropa não precise de medalhas, a missão é motivo de orgulho para as Forças Armadas
brasileiras.
"Eu poderia dizer que poucas
vezes na história do Brasil as
Forças Armadas foram motivo
de tamanho orgulho para o povo brasileiro."
Lula disse também a Préval
que durante reunião da Unasul,
no México, foi decidida uma
doação de US$ 300 milhões ao
Haiti. Desse total, US$ 100 milhões serão do Brasil.
A repórter SIMONE IGLESIAS viajou de Cuba ao
Haiti em avião da FAB
Texto Anterior: Perfil: Dissidente era pedreiro e encanador Próximo Texto: Uribe defende referendo para permitir 3º mandato Índice
|