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Navio que leva 148 brasileiros deve deixar a Líbia hoje
Transportados são funcionários da Queiroz Galvão; mau tempo impediu retirada ontem, e travessia até Atenas deve levar 17 horas
VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS
Após quase dois dias na fila, o navio que partiu de Atenas na quarta-feira para resgatar brasileiros em Benghazi, segunda maior cidade líbia, conseguiu atracar.
Os 148 brasileiros que esperam para deixar o país enfim embarcaram. Mas o mau
tempo impediu que o navio
deixasse o porto. A previsão é
que isso aconteça hoje.
A viagem até Atenas deve
demorar 17 horas.
Além dos brasileiros -todos funcionários da empreiteira Queiroz Galvão e seus
familiares-, estão a bordo
48 portugueses, 13 espanhóis
e 1 tunisiano, que também
trabalham para a empresa.
Os brasileiros estão sem
passaportes, que, pelas leis
da Líbia, ficam retidos na capital, Trípoli. Em Atenas, receberão nova documentação
para viajar ao Brasil, em voos
fretados pela construtora.
Segundo a Embaixada do
Brasil em Atenas, todos os
brasileiros estão bem, apesar
de relatos do clima de guerra
em Benghazi no início da semana, quando houve conflito entre rebeldes e forças
leais a Muammar Gaddafi.
Em nota, o Itamaraty informou que todo o pessoal brasileiro da empresa Odebrecht
foi transportado em dois
aviões jumbo anteontem. O
grupo está em Malta.
O ministério diz ainda que,
de Trípoli, já partiram em diferentes voos todos os funcionários da Petrobras e da
Andrade Gutierrez. Segundo
o Itamaraty, continuam na
capital um diretor da Queiroz
Galvão, os funcionários da
embaixada e o embaixador,
George Ney de Souza.
CORRUPÇÃO
Outros países também tentam tirar seus cidadãos da Líbia. Uma das causas do atraso do navio com os brasileiros foi um barco turco, com
capacidade para 4.000.
Já o Reino Unido está sendo acusado de pagar propina
para acelerar a saída de britânicos do país. O governo nega que se trate de corrupção e
afirma que os funcionários
do aeroporto de Trípoli sempre cobraram taxas para
prestar alguns serviços.
"Na atual situação, o valor
dessas taxas aumentou. Temos de pagar. A alternativa é
manter centenas de britânicos presos em Trípoli", disse
porta-voz da Chancelaria.
O premiê David Cameron
pediu desculpas por ter sido
lento na retirada e afirmou
que agora estão sendo feitos
todos os esforços para garantir uma saída segura.
Depois três dias de atrasos
devido ao mau tempo, um
navio conseguiu ontem fazer
a retirada de cerca de 167 cidadãos americanos, que foram levados a Malta, além de
outros estrangeiros.
Com agências de notícias
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