São Paulo, sábado, 26 de março de 2011 |
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Lula defende mudança de posição brasileira sobre regime iraniano LUCAS FERRAZ ENVIADO ESPECIAL A MONTEVIDÉU O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o voto do Brasil contra o Irã no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, o primeiro em oito anos. "Achei importante. Veja bem: votar para que haja fiscalização, o Brasil votou corretamente", disse à Folha. Indagado sobre o motivo de o Brasil não ter se posicionado contra o Irã antes, durante o seu governo, ele respondeu: "Porque não houve votação, a votação só foi agora. Por que você não fez essa pergunta antes? Porque só pode fazer agora". Aliado do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o governo Lula (2003-10) sempre evitou condenar o Irã. A única vez em que Lula ficou contra o país foi em seu primeiro ano de governo. O ex-chanceler Celso Amorim, responsável pela política externa da era Lula, disse à Folha, anteontem, que não apoiaria a resolução aprovada se estivesse no governo. No passado, o governo brasileiro teve várias oportunidades de votar em organismos internacionais contra o autoritário regime do Irã, mas nunca o fez: o país absteve-se de condenar, na Assembleia Geral da ONU, punições do país contra seu povo, como enforcamentos em praças públicas e o apedrejamento a que foi sentenciada Sakineh Ashtiani. A presidente Dilma Rousseff, que já marcou diferença na área de direitos humanos, criticou o governo iraniano por causa do caso Sakineh. LÍBIA Lula esteve ontem em Montevidéu, onde foi o orador e principal convidado da festa de 40 anos do Frente Ampla, grupo de esquerda integrado pelo presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. O ex-presidente, que admitiu "dificuldade para desencarnar da Presidência", criticou o ditador líbio Muammar Gaddafi, de quem seu governo foi próximo. Mas também condenou os ataques das forças aliadas. "Gaddafi está errado em praticar a violência que praticou contra os rebeldes, mas os americanos e franceses estão equivocados ao fazer os ataques que estão fazendo. Quem está morrendo são os civis", disse ele. Texto Anterior: Irã critica condenação em órgão da ONU Próximo Texto: China condena ativista a 10 anos de prisão Índice | Comunicar Erros |
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