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EUA criam cartilha sobre extremismo islâmico
Governo quer que seus agentes evitem citações que legitimem, entre os muçulmanos, ações terroristas
DA ASSOCIATED PRESS
O governo dos EUA abriu
mais um fronte na luta contra o
terrorismo, desta vez no campo
da lingüística. Funcionários de
agências federais americanas
como o Centro Nacional de
Contraterrorismo e os departamentos de Estado e da Segurança Interna estão sendo instruídos a alterar seu linguajar
quando se referirem ao extremismo islâmico.
O objetivo dos documentos
com instruções que estão circulando pelas agências é evitar
que membros do governo empreguem em seu discurso termos que acabem por aumentar
o apoio aos radicais entre as comunidades árabe e muçulmana. Tal efeito poderia ser produzido por palavras que dão aos
extremistas um verniz de credibilidade religiosa ou por qualificações que ofendam os moderados, argumentam os criadores dos guias.
Membros do governo americano podem estar "involuntariamente passando a imagem
de que os terroristas, que não
possuem moral nem legitimidade religiosa, são bravos guerreiros, soldados legítimos ou
porta-vozes dos muçulmanos
comuns", afirma trecho de
"Terminologia para Definir
Terroristas: Recomendações
de Muçulmanos Americanos",
um relatório do Departamento
de Segurança Interna.
O guia -um dos que foram
produzidos por diplomatas e
outros membros do governo incumbidos da tarefa de explicar
a campanha antiterror dos
EUA para o público- trata
também do termo "jihad". Afirma que, enquanto os americanos podem entender "jihad"
como sinônimo de guerra santa, a palavra abrange um conceito islâmico mais amplo, que
envolve esforço visando o bem.
Consta num memorando intitulado "Palavras que Funcionam e Palavras que não Funcionam: um Guia para a Comunicação Contraterrorista" que
"não é o que você diz, mas o que
eles escutam" que conta. Esse
mesmo memorando, aprovado
recentemente pelo Departamento de Estado para uso diplomático, aconselha ainda
seus leitores a não reagirem
quando o terrorista saudita
Osama bin Laden ou outra pessoa da Al Qaeda falar, para não
"aumentar o prestígio deles no
mundo muçulmano".
Outras recomendações do
memorando incluem o uso dos
termos "extremista violento" e
"terrorista" em vez de "jihadista" e "mujahedin" [aquele que
faz a jihad]. Palavras como "islamo-fascismo" também devem ser evitadas, pois "são consideradas ofensivas por muitos
muçulmanos". Esse guia de
"comunicação contraterrorista" visa, segundo palavras impressas nele, orientar as conversas de seus usuários com
muçulmanos e a mídia.
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