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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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IRÃ NA MIRA

Suspeita de ligação iraniana com atentado em Riad agravou crise

EUA suspendem contatos com Teerã

DA REDAÇÃO

A suspeita de que uma célula iraniana do grupo terrorista Al Qaeda tenha participado dos atentados do último dia 12 em Riad teria levado o governo americano a romper qualquer contato com Teerã. A Chancelaria iraniana negou as acusações, dizendo ter prendido mais de 500 supostos membros da rede em 2002 e afirmando que "combate a Al Qaeda antes dos EUA combatê-la".
Segundo reportagem publicada ontem pelo "Washington Post", além do rompimento total entre os países, o Pentágono também estaria preparando uma campanha para desestabilizar o governo iraniano. O "Post" cita "fontes no governo", sem identificá-las. A Casa Branca não comentou.
O chanceler iraniano, Kamal Kharrazi, rechaçou as acusações ontem, afirmando que a Al Qaeda -responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os EUA- é uma "organização perigosa" a qual seu país combate e seguirá combatendo. Segundo ele, o Irã prendeu e deportou, no ano passado, cerca de 500 membros da Al Qaeda que teriam entrado no país pelo Afeganistão, o Paquistão e o Iraque.
"Não há como os iranianos apoiarem a Al Qaeda, porque lutamos contra ela muito antes dos americanos", disse Kharrazi.
Embora Washington e Teerã tenham rompido laços diplomáticos após a Revolução Islâmica de 1979, autoridades dos dois países se reuniram várias vezes nos últimos meses para discutir as questões do Afeganistão e do Iraque.
Segundo o "Post", representantes do Departamento de Estado americano e do Pentágono devem se reunir amanhã para discutir a estratégia sobre o Irã. O Pentágono apoiaria medidas para alimentar uma revolta popular que culminaria com a deposição do governo de Mohammad Khatami.
O jornal afirma que a posição foi alimentada -e ganhou adeptos no Departamento de Estado, mais moderado- pelo fato de ter havido "interceptações [de comunicações] problemáticas antes e depois dos atentados em Riad, dando conta de que os ataques teriam sido planejados por uma célula da Al Qaeda no Irã.
Os atentados, contra condomínios habitados majoritariamente por ocidentais, mataram 34 pessoas, incluindo nove terroristas.


Com agências internacionais

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