São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Pentágono diz que China é "ameaça" a programa espacial

Documento enviado ao Congresso evoca o teste de janeiro, em que um míssil destruiu um satélite chinês já desativado

Coréia do Norte fez disparos ontem de mísseis, mas EUA e Japão minimizaram valor do teste e descartaram uma ligação com projeto nuclear

DA REDAÇÃO

Em seu relatório anual, enviado ontem ao Congresso, o Pentágono afirma que a China está incrementando a capacitação para lançar ofensivas contra países limítrofes e que ela também representa uma "ameaça" aos países com programas espaciais, por ter conseguido destruir, em janeiro, um de seus satélites desativados de telecomunicações.
"O teste representa uma ameaça aos satélites já em órbita e aos vôos tripulados, já que criou uma quantidade imensa de dejetos espaciais", diz o documento americano.
A posição que o relatório exprime é bem mais analítica e não procura polemizar com Pequim. Segundo o Pentágono, os chineses estão aparentemente se preparando para ataques preventivos, lançados quando um país se sente ameaçado. São indícios disso a construção de submarinos capazes de permanecer por longo período mergulhados, a compra de aeronaves não-tripuladas e mísseis ar-terra de alta precisão.
A China, dizem os especialistas americanos de defesa, procura a longo prazo simular que não apresenta novidades na área militar, mas ao mesmo tempo, numa estratégia de longo prazo, maximiza suas opções. Peter Rodman, ex-estrategista do Pentágono para questões asiáticas, afirmou ontem que os chineses não pretendem interferir no equilíbrio mundial de forças, mas estão pensando muito mais no peso que poderão ter no futuro.
Os Estados Unidos ainda acreditam que, como perigo imediato, os chineses enxergam tensões com Taiwan.

Coréia do Norte
A Coréia do Norte lançou ontem uma série de mísseis de curto alcance, mas os Estados Unidos e o Japão não acreditam que a iniciativa tenha alguma relação com os planos atribuídos ao regime de Pyongyang de equipar mísseis de longo alcance com ogivas nucleares.
"Aparentemente foi um exercício de rotina", afirmou Gordon Johndroe, porta-voz da Casa Branca para questões de segurança nacional.
Por sua vez, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse não considerar que os testes representem "algo grave para a segurança" de seu país.
A Coréia do Sul, que monitora as atividades militares de seu vizinho do norte, disse por meio de seu Serviço Nacional de Inteligência que se tratava de "um exercício anual".
Esse conjunto de reações contrasta com o que ocorreu em julho do ano passado, quando Pyongyang lançou mísseis de longo alcance -sem que se saiba até hoje o quanto eles são capazes de voar-, que em tese poderiam um dia atingir a Europa ou até mesmo o Estado americano do Alasca.


Com agências internacionais


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