São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007

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Clérigo xiita ressurge e pede união a iraquianos

Bush promulga lei que destina US$ 100 bi à guerra

DA REDAÇÃO

O clérigo radical xiita iraquiano Moqtada al Sadr reapareceu ontem em uma mesquita, na cidade sagrada de Kufa (sul), e fez um sermão pedindo que a milícia por ele liderada pare de atacar soldados iraquianos. Popular entra os xiitas mais pobres, Al Sadr, que estava sumido desde fevereiro, é o líder do Exército Mahdi, grupo que tem atacado tanto forças iraquianas quanto americanas no país.
No sermão de ontem, em que instou os iraquianos a se unirem contra as forças de ocupação, Al Sadr chamou EUA, Reino Unido e Israel de "trio do mal". "Esse é um ponto importante", disse o clérigo à platéia que o ovacionou na mesquita: "até onde sabemos, a ocupação está por trás disso [confrontos entre iraquianos de seu Exército Mahdi e das forças de segurança do governo], criando uma desculpa para permanecer no nosso amado Iraque. Então não lhes dêem essa desculpa".
Al Sadr também se dirigiu aos muçulmanos sunitas, que, embora minoria, mandavam no país sob Saddam Hussein (1979-2003) e hoje se confrontam com xiitas, numa luta sectária que se soma às hostilidades contra a ocupação.
"É a ocupação que que veio até nós e nos dividiu [a xiitas e sunitas] a fim de enfraquecer o povo iraquiano", disse o clérigo.
Os EUA acreditam que Moqtada al Sadr refugiou-se no Irã quando o presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou a ampliação do contingente americano em Bagdá para suprimir focos de violência sectária -iniciativa que se mostrou inócua. O governo do Irã nega ter dado abrigo ao clérigo.
O Exército Mahdi sofreu importante baixa ontem, segundo o Reino Unido. Os militares britânicos disseram ter matado, em Basra, o líder local da milícia, Wissam Abdul Qader.

US$ 100 bi para a guerra
Na noite de ontem, o presidente Bush promulgou a lei que destina uma verba de emergência de US$100 bilhões às tropas americanas que combatem no Iraque.
A assinatura do presidente pôs fim a quatro meses de queda-de-braço política entre a Casa Branca e a oposição democrata que controla o Congresso. A versão da lei proposta pelos democratas, vetada por Bush, incluía uma data para o início da retirada americana.


Com agências internacionais


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