São Paulo, quinta-feira, 26 de maio de 2011

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Barack Obama minimiza influência de emergentes

Presidente dos EUA reafirma liderança ocidental em discurso em Londres

Mandatário cita o Brasil ao relativizar o peso futuro dos Brics no cenário global e diz que seu tempo "é agora"

Matt Durham/Efe/Pool
David Cameron e Barack Obama servem churrasco a militares

VAGUINALDO MARINHEIRO
DE LONDRES

O presidente americano, Barack Obama, afirmou ontem que está errado quem acredita que o crescimento de países como China, Índia e Brasil significa o declínio da influência dos EUA e da Europa no mundo.
"O tempo para a nossa liderança é agora", disse, em discurso em Londres para representantes do Parlamento.
Na frase completa, Obama fala da importância dos emergentes para a economia dos ricos, mas tenta colocar cada um em seu lugar.
"A ordem internacional já foi remodelada para o novo século. Países como China, Índia e Brasil estão crescendo rapidamente.
Devemos saudar esse desenvolvimento, porque ele tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza e criou novos mercados e oportunidades para nossos próprios países."
"Mas, com as mudanças, tornou-se moda questionar se o crescimento desses países vai ser acompanhado pelo declínio da influência americana e europeia no mundo. Dizem que essas nações representam o futuro e que o tempo de nossa liderança já passou. Esse raciocínio está errado. O tempo para a nossa liderança é agora", disse o americano.
Obama esteve em Londres para uma visita de dois dias. Hoje ele vai para a França, onde se reúne com os outros membros do G8, grupo dos países mais ricos no mundo, fora a China.
Ele aproveita a viagem para reafirmar os laços com a Europa e também para lembrar aos europeus que eles são essenciais na garantia da segurança do mundo.
Faz essa defesa no momento em que a Europa corta gastos para recuperar sua economia, o que afeta os orçamentos militares e o dinheiro repassado para a Otan (aliança militar do Ocidente).
No discurso, Obama lembrou a tomada da Normandia, em junho de 1944, que foi fundamental para a vitória dos aliados na Segunda Guerra, e também a atual ação na Líbia, que, segundo ele, evitou um massacre.
E voltou a falar dos emergentes: "Foram os Estados Unidos, o Reino Unido e governos democráticos aliados que moldaram um mundo em que novos países puderam emergir, e as pessoas, prosperar", afirmou.
"Mesmo que mais países assumam responsabilidades na liderança global, nossa aliança continuará indispensável para a meta de um século mais pacífico, mais próspero e mais justo.
Num tempo em que as ameaças e os desafios requerem o trabalho conjunto dos países, continuamos a ser o grande catalisador para uma ação global", afirmou.
Foi a primeira vez que um presidente dos EUA discursou às duas Casas do Parlamento britânico (Casa dos Comuns e Casa dos Lordes).
No início, ele fez todo mundo rir ao dizer que os três discursistas anteriores haviam sido o papa, Nelson Mandela e a rainha Elizabeth 2ª. O que, segundo o presidente, deixava o nível bem alto e também era o início de uma piada muito engraçada.


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