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TRANSIÇÃO
Rádios dizem que soldados da China estariam cuidando da segurança da festa, função da polícia da colônia
Orquestra militar chinesa assusta Hong Kong
JAIME SPITZCOVSKY
de Pequim
Músicos da orquestra das Forças Armadas
chinesas provocaram ontem
preocupação em
Hong Kong,
quando foram
confundidos com militares supostamente encarregados da segurança nas cerimônias de devolução do
território à China.
O governo de Hong Kong afirmou que a polícia local se responsabiliza pela segurança e não soldados enviados por Pequim.
Ontem, cerca de 30 militares chineses foram inspecionar o Centro
de Exposições e Convenções, que
será palco da cerimônia oficial da
devolução de Hong Kong. Emissoras de rádio no território falaram
em "soldados chineses preparando o esquema de segurança" para
1º de julho.
Os militares, no entanto, eram
integrantes da orquestra que vai
tocar durante a cerimônia.
"É responsabilidade exclusiva
da polícia de Hong Kong garantir a
segurança da área na qual será realizada a cerimônia", disse um porta-voz da polícia de Hong Kong à
agência de notícias "Reuter".
A partir da 0h da próxima terça-feira, Hong Kong volta ao controle da China depois de 156 anos
de domínio britânico. As cerimônias organizadas para marcar a
troca da guarda vão contar com
mais de 4.000 convidados.
Pequim responderia apenas por
defesa e política externa. Mas a
presença de tropas chinesas em
Hong Kong desperta apreensão no
território.
A imagem das Forças Armadas
da China está associada, em Hong
Kong, ao massacre da praça Tiananmen, ocorrido em Pequim há
oito anos. Ao reprimir as manifestações pró-democracia, as tropas
enviadas pelo governo mataram
centenas de pessoas.
A China já enviou 196 militares a
Hong Kong, encarregados de preparar a chegada e instalação das
tropas. O Reino Unido recuou nesta semana e vai permitir que Pequim envie mais 509 militares três
horas antes do fim do domínio britânico.
A China argumentava que o reforço é necessário para garantir a
defesa do território já nos "primeiros minutos de 1º de julho" e
para organizar a segurança do presidente chinês, Jiang Zemin, que
comparecerá à cerimônia oficial.
Os militares chineses já se envolveram em ao menos duas outras
polêmicas, o que levou jornais de
Hong Kong a sugerir a contratação
de um assessor responsável por
cuidar da imagem das tropas. Num
deles, um general chinês tentou
entrar no território sem apresentar
documentação requerida.
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