São Paulo, sábado, 26 de julho de 2008

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Itália impõe emergência contra a imigração ilegal

Governo julga "excepcional" 10 mil casos este ano

DA REDAÇÃO

O governo italiano decidiu ontem estender para todo país o estado de emergência contra a imigração clandestina que já vigorava em três regiões meridionais (Sicília, Calábria e Púglia). A oposição acusa o ministro do Interior, Roberto Maroni, um dos dirigentes da conservadora Liga Norte, de favorecer o pânico e a xenofobia.
Maroni, em reunião do Conselho de Ministros, citou o "persistente e excepcional afluxo" de imigrantes de países que não pertencem à União Européia. Disse que no primeiro semestre deste ano desembarcaram 10.661 imigrantes ilegais, o dobro dos 5.378 registrados no mesmo período de 2007.
A Itália tem 59,6 milhões de habitantes, entre os quais supostamente 650 mil são imigrantes sem visto de residência.
O estado de emergência não restringe as liberdades civis ou suspende direitos individuais. É um mecanismo de coordenação de setores da administração pública em caso, sobretudo, de desastres naturais.
A medida, embora restrita em termos territoriais, já havia sido adotada cinco vezes para combater os imigrantes ilegais durante mandatos anteriores do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. No ano passado, o então premiê Romano Prodi, de centro-esquerda, adotou por dez meses o estado de emergência em área restrita.
No Partido Democrático, de oposição, o deputado Gianclaudio Bressa qualificou a decisão de "abominável". Nichi Vendola, governador da região de Púglia, comparou o decreto com a política fascista.
Diante das reações, o presidente da Câmara dos Deputados, Gianfranco Fini, pediu que na terça o ministro do Interior desse explicações ao plenário.
O governo passa a impressão de que os imigrantes ilegais chegam em embarcações precárias ao litoral italiano. Mas o jornal "Corriere della Sera" diz que, segundo o próprio Ministério do Interior, esse é apenas 10% dos casos. A maioria, 63%, chega à Itália de avião e desembarca nos aeroportos como se fossem turistas.


Com agências internacionais


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