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IRAQUE OCUPADO
Meta é transferir tarefas; mortes já igualam as da guerra
EUA planejam treinar iraquianos em base húngara
DA REDAÇÃO
Os EUA planejam enviar 28 mil
iraquianos para um programa intensivo de treinamento numa base militar na Hungria. O objetivo é
ter mais iraquianos encarregados
da segurança em seu país.
A intenção vem a público no
mesmo dia em que, segundo a
agência Associated Press, o número de americanos mortos no
Iraque desde o final dos principais combates, em 1º de maio,
igualou ao do período anterior.
Entre o início da Guerra do Iraque, em 20 de março, e o término
dos principais combates, 138
americanos morreram. Ontem,
com o anúncio de mais uma morte, o número desde 1º de maio
também chegou a 138, entre baixas em ações hostis e em acidentes, pela conta da Associated
Press. As vítimas em batalha no
segundo período já são 65.
Segundo Bernard Kerik, o ministro do Interior iraquiano nomeado pelos EUA, o programa de
treinamento já teria recebido o
aval da Hungria. Um porta-voz da
chancelaria húngara, porém, negou isso, mas disse que o país está
aberto a estudar a possibilidade.
Kerik disse que a medida é necessária porque as academias de
polícia no Iraque não comportam
o treinamento de tantos homens.
Os EUA têm feito pressão para
que iraquianos assumam mais tarefas de segurança, diante da cobrança interna que o governo de
George W. Bush sofre com o acúmulo de baixas americanas.
"Nós queremos repassar a segurança do país aos iraquianos",
disse Kerik. "Esse [o treinamento
no exterior] é o único jeito de fazer isso rapidamente", avaliou.
O programa de preparação,
conduzido por americanos, duraria oito semanas e seria na base
aérea húngara de Taszar. O treinamento de voluntários iraquianos que participaram do início da
guerra já foi feito na Hungria.
Após voltar da preparação, os
homens ainda teriam um período
de quatro a seis meses de instrução no Iraque. A expectativa de
Kerik é iniciar em 120 dias o treinamento na Hungria de um primeiro grupo de 1.500 iraquianos.
Em 18 meses, 28 mil estariam
prontos para trabalhar, o que elevaria o total de iraquianos nas forças de segurança para 65 mil -a
cifra considerada ideal pelos EUA
para patrulhar todo o Iraque.
Outra medida prevista para breve é a chegada de um carregamento de 50 mil pistolas, já que faltam
armas entre os policiais iraquianos. Mais 100 mil deverão ser enviadas em 2004. Há ainda o plano
de formar uma força civil de segurança com 14 mil homens.
O Departamento de Estado dos
EUA informou que, além da Hungria, discute com outros países sobre a realização de treinamentos.
A preocupação com a situação
no Iraque também aumentou entre as organizações humanitárias
depois do atentado à sede da
ONU em Bagdá. A Cruz Vermelha decidiu reduzir sua equipe na
capital iraquiana. Já a Liga Árabe
marcou para o próximo mês sua
primeira reunião desde o final dos
principais combates no Iraque.
Protestos
Duas grandes manifestações de
muçulmanos xiitas aconteceram
ontem, em Bagdá e em Najaf.
Na capital iraquiana, milhares
protestaram, em frente ao QG da
coalizão liderada pelos EUA, contra a morte de três pessoas no
bombardeio anteontem da casa
de um clérigo xiita em Najaf.
Os manifestantes seguiram para
a sede em Bagdá da União Patriótica do Curdistão e protestaram
contra a morte de 11 pessoas em
conflitos entre curdos e turcos em
Tuz Kharmato e em Kirkuk, na
última sexta-feira e no sábado.
Em Najaf, cerca de 2.000 xiitas
também se manifestaram durante
o funeral dos três mortos no bombardeio da casa do tio do líder do
Conselho Supremo para a Revolução Islâmica. Alguns partidários do grupo, que é acusado de
cooperar com os EUA, culpam
um clérigo rival pelo ataque.
Em Tikrit, a cidade natal de Saddam Hussein, os EUA divulgaram
a prisão de dois membros da milícia Fedayin, leal ao ex-ditador.
Com agências internacionais e "The New
York Times"
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