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REINO UNIDO
África do Sul prende sir Mark Thatcher sob acusação de complô para derrubar governo da Guiné Equatorial; ele nega
Filho de Thatcher é acusado de tramar golpe
DA REDAÇÃO
O filho da ex-primeira-ministra
britânica Margaret Thatcher
(1979-90) foi preso ontem na África do Sul, acusado de envolvimento num plano para derrubar
o governo da Guiné Equatorial, o
terceiro maior produtor de petróleo da África.
Sir Mark Thatcher, 51, estava de
pijama quando foi detido às 7h locais em sua casa, num bairro luxuoso da Cidade do Cabo. Ele foi
liberado mais tarde depois de depositar US$ 300 mil como garantia e entregar seu passaporte, mas
está em prisão domiciliar.
O britânico não se pronunciou
no tribunal e não deu entrevista.
Em nota, o filho da "dama de ferro" disse ser inocente. "Estou cooperando totalmente com as autoridades para resolver o problema.
Não tenho nenhum envolvimento em nenhum suposto golpe na
Guiné Equatorial e rejeito todas as
acusações em contrário".
Durante a prisão, uma unidade
de elite da polícia sul-africana conhecida como Scorpions vasculhou a casa de Mark Thatcher em
busca de contas de telefone, computadores e outras provas.
"Esse homem tem uma acusação séria para responder no tribunal", disse o porta-voz da polícia
Makhosini Nkosi. "A unidade
Scorpions não prende se não há
fortes indícios."
Nkosi disse que a operação foi
feita em colaboração com a polícia guinéu-equatoriana, onde 14
estrangeiros estão sendo julgados
pelo mesmo plano de golpe.
No Zimbábue, respondem pela
mesma acusação outros 70 homens, entre eles o ex-oficial das
forças especiais britânicas Simon
Mann, ligado a Mark e acusado de
ser o líder do suposto golpe, descoberto em março.
Em depoimento, o negociador
de armas sul-africano Nick du
Toit, que está preso na Guiné
Equatorial, disse que se encontrou com Mark e Mann em julho
de 2003. Ali, o empresário britânico teria demonstrado interesse na
compra de helicópteros militares
para uma empresa de mineração
no Sudão.
"Nós o acusamos de ter sido um
dos financiadores dessa tentativa
de golpe. Estamos procurando
documentos que vão nos ajudar
nessa investigação", disse Sipho
Ngwema, outro porta-voz da polícia sul-africana.
O governo da Guiné Equatorial,
presidido por Teodoro Obiang
Mbasogo, estuda pedir a extradição de Mark. O governo sul-africano, no entanto, dificilmente
aceitará o pedido, já que a Guiné
Equatorial tem pena de morte.
Trajetória de problemas
Empresário, o filho da ex-primeira-ministra britânica vive na
África do Sul desde 1995, depois
de ter morado nos EUA, onde se
casou com uma milionária americana. Com um histórico de problemas, em várias ocasiões foi
acusado de usar o nome da mãe
para se beneficiar em contratos.
Sua fortuna hoje é estimada em
US$ 107 milhões.
Sir Mark, que herdou o baronato do seu pai, Dennis, em 2003, teve diversas ocupações, que duravam em média um ano.
Em 1977, criou a empresa de
carros de corrida Mark Thatcher
Racing, que teve problemas financeiros.
Sua ligação com o mundo das
corridas provocou um grande
constrangimento à sua mãe em
1982, quando, tentando ser um piloto profissional, foi ridicularizado pela imprensa ao se perder no
rali Paris-Dacar.
No início dos anos 80, deputados britânicos investigaram se
uma de suas empresas, a Monteagle Marketing, havia se beneficiado de influência política para conseguir um contrato milionário para construir uma universidade em
Omã. Mark havia viajado àquele
país um dia depois de uma visita
oficial de sua mãe.
Em 1987, Mark perguntou ao
então secretário de imprensa de
sua mãe, Bernard Ingham, como
poderia ajudá-la na eleição de
1987. "Deixe o país", foi o que ouviu como resposta.
Com agências internacionais e o jornal
"The Independent"
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