São Paulo, quarta, 26 de agosto de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DESTRUIÇÂO
Grupo extremista islâmico assume atentado e diz ter sido retaliação aos ataques dos EUA na semana passada
Explosão mata 1 e fere 25 na África do Sul

Associated Press
Funcionários do serviço de resgate trabalham em frente ao Planet Hollywood, ontem na cidade do Cabo


das agências internacionais

Uma explosão no restaurante Planet Hollywood, na Cidade do Cabo (África do Sul), deixou ontem pelo menos uma pessoa morta e 25 feridas.
A polícia informou, ontem à noite, que a explosão foi causada por uma bomba colocada no bar do restaurante. Os policiais ainda não tinham, porém, pistas concretas sobre a autoria do atentado.
Um grupo extremista islâmico assumiu a autoria da explosão logo após o incidente e afirmou que era uma retaliação aos ataques dos Estados Unidos contra o Sudão e o Afeganistão, realizados na semana passada.
Um homem que se dizia representante do grupo Muçulmanos Contra a Opressão Global ligou para uma rádio da cidade e disse que a Jihad (que pode ser traduzida do árabe como guerra santa) havia começado.
O grupo Muçulmanos Contra a Opressão Global havia participado de protestos contra o presidente norte-americano, Bill Clinton, que visitou a África do Sul no mês de março passado.
À época, a organização chamou Clinton de assassino e queimou a bandeira dos EUA.
A rede Planet Hollywood tem como sócios os atores Sylvester Stallone, Bruce Willis, Demi Moore, Arnold Schwarzenegger e Whoopi Goldberg.
Terror
Havia mais de 150 pessoas no restaurante no momento da explosão, segundo a polícia.
De acordo com autoridades policiais, uma mulher morreu e um homem perdeu as duas pernas com a explosão. Uma rádio local disse que uma segunda vítima também havia morrido, o que não tinha sido confirmado até ontem à noite.
Logo após a explosão, a polícia isolou a área, onde se localizam os principais restaurantes e bares da cidade. Cerca de 1 milhão de pessoas passam pelo local por dia.
Na Cidade do Cabo, também há outro grupo extremista islâmico conhecido como Kibla, que frequentemente organiza protestos contra os EUA.
Na semana passada, os EUA afirmaram que as ofensivas contra Sudão e Afeganistão foram uma "resposta" às explosões das embaixadas norte-americanas no Quênia e na Tanzânia, no último dia 7 de agosto, quando mais de 263 pessoas morreram -sendo 12 norte-americanas- e 5.000 ficaram feridas.
Até as 20h de ontem (horário de Brasília), os Estados Unidos não tinham se pronunciado sobre a explosão na Cidade do Cabo.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.