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Clinton participa de ato em colégio do Arkansas que há 40 anos sofreu intervenção federal
Escola foi forçada a aceitar negros
de Washington
As seis negras e três negros que
em 25 de setembro de 1957 entra
ram no Colégio Central de Little
Rock sob a guarda de 1.200 sol
dados do Exército e sob as vaias e
cusparadas de centenas de mora
dores brancos da capital de Ar
kansas, sul dos EUA, retornaram
ontem à escola e encontraram a
sua porta sendo aberta pelo pre
sidente do país, Bill Clinton, que
há 40 anos estudava na sexta sé
rie primária em Hot Springs, 80
km dali.
Diante de 2.000 convidados,
Clinton disse: "A segregação
não é mais a lei, mas com muita
frequência, a separação ainda é a
regra (nos EUA)". O governa
dor de Arkansas, Mike Hucka
bee, afirmou: "O que aconteceu
aqui há 40 anos foi simplesmente
errado. Nós precisamos ter cer
teza de que isso não aconteça
nunca, nunca, nunca mais".
Um contraste radical em rela
ção ao que dizia seu antecessor
Orval Faubus em 1957: "Segre
gação ontem, segregação hoje,
segregação sempre". Faubus,
que governou Arkansas de 1955 a
1967, resistiu durante nove me
ses a cumprir ordem da Justiça
federal para que os nove estu
dantes negros fossem admitidos
no Colégio Central. Foi necessá
ria a intervenção do presidente
Dwight Eisenhower para ela ser
obedecida.
Hoje, cerca de dois terços dos
estudantes negros de Little Rock
frequentam escolas públicas
com maioria negra, devido ao
processo de volta da segregação
que vem ocorrendo em todo o
país desde 1981.
Clinton atacou essa tendência
ontem: "Um número excessivo
de comunidades hoje são só
brancas, só negras, só latinas, só
asiáticas. De fato, muitos nor
te-americanos de todas as raças
começam realmente a abando
nar a idéia de integração", afir
mou o presidente, que estudou
em escolas segregadas até chegar
à Universidade Georgetown, em
Washington, em 1965.
"O que aconteceu aqui há 40
anos mudou o curso da história
deste país para sempre", disse
Clinton. Mas "ainda há discri
minação, e isso é errado, e deve
mos acabar com isso não só com
nossas vozes, mas com nossas
leis".
(CELS)
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