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São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2003

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IRÃ NA MIRA

Descoberta preocupa comunidade internacional; EUA dizem que prazo da ONU é "a última chance" de Teerã

Agência acha mais traços de urânio enriquecido no Irã

DA REDAÇÃO

Especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) encontraram vestígios de urânio enriquecido numa usina iraniana, segundo disseram ontem diplomatas. A informação fez com que aumentassem as preocupações internacionais com a natureza das atividades nucleares do Irã. O urânio enriquecido pode ser usado em armas nucleares.
Diplomatas que trabalham na AIEA disseram que uma ínfima quantidade de urânio enriquecido fora encontrada na Companhia Elétrica Kalay-e, a oeste de Teerã. Anteriormente, o governo iraniano declarara que não havia atividades nucleares no local.
A Casa Branca criticou o governo iraniano, dizendo que ele busca "esconder a natureza e o propósito de suas atividades nucleares". Washington exigiu que Teerã respeite o que solicita a ONU, que quer que o Irã revele a real intenção de seu programa nuclear.
"O Irã tem a última chance de respeitar as exigências da ONU, Se não o fizer, penso que o país deverá ser acusado formalmente no Conselho de Segurança da ONU", disse Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca. O Conselho de Segurança poderia, então, adotar sanções contra o Irã.
"É muito importante para o mundo se mostrar unido e deixar claro ao Irã que haverá condenação universal se continuar com um programa de armas nucleares", disse o presidente dos EUA, George W. Bush. "As pessoas [líderes mundiais com quem conversou] entenderam o perigo."
No início do mês, a AIEA fixou 31 de outubro como limite para o Irã provar que seu programa nuclear não tem fins bélicos.
No primeiro semestre, inspetores da AIEA (que faz parte do sistema da ONU) encontraram partículas de urânio enriquecido na usina de Natanz. Autoridades iranianas confirmaram ambas as descobertas, mas disseram que seu programa tem fins pacíficos.
O Irã argumentou que os vestígios de urânio enriquecido encontrados na Companhia Elétrica Kalay-e entraram no país porque estavam em equipamentos que foram importados para serem usados na usina. Os EUA e parte da comunidade internacional pensam que se trata de mais uma prova de que Teerã busca desenvolver armas nucleares.


Com agências internacionais

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