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Israel proíbe pilotos rebeldes de voar e ameaça prendê-los
DA REDAÇÃO
A Força Aérea de Israel anunciou ontem que os pilotos que se
recusaram a realizar ataques nos
territórios palestinos ocupados
estão proibidos de voar. Segundo
o comandante da Força Aérea israelense, Dan Halutz, os pilotos
poderão ser suspensos ou presos,
se não se retratarem.
Vinte e sete pilotos israelenses
enviaram uma carta à Força Aérea na qual rejeitaram participar
de ataques aéreos na Cisjordânia e
na faixa de Gaza, sob o argumento
de que eles costumam atingir civis
e, portanto, seriam "ilegais e imorais". Apenas nove pilotos dos 27
pilotos ainda estão em serviço.
A carta teve pouco apoio em Israel, Mas reacendeu o debate sobre as ações israelenses em áreas
palestinas. Nas últimas semanas,
12 militantes do grupo terrorista
Hamas foram mortos por mísseis
disparados por helicópteros israelenses. Os ataques, ocorridos em
áreas densamente povoadas, também mataram civis.
"Todos podem expressar as
suas opiniões. Mas é inaceitável
que um grupo de militares possa
interferir em assuntos que não diz
respeito a ele", disse o premiê israelense, Ariel Sharon.
Até mesmo israelenses mais
moderados consideraram um erro a ação dos pilotos, pois ela poderia estabelecer um precedente
perigoso. "Quando chegar a hora
de, por exemplo, remover os colonos de suas casas, outros no Exército ou na Força Aérea poderão
dizer que eles não obedecerão as
ordens de seus superiores", afirmou o coronel Uri Dromi.
Os militares israelenses são vistos como heróis no país.
Ataques
Quatro atiradores palestinos,
uma menina palestina e um soldado israelense morreram ontem
em incursões de Israel na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Em uma das ações, forças israelenses entraram em Hebron (Cisjordânia) antes do amanhecer e
cercaram um prédio onde dois líderes locais do grupo terrorista Jihad Islâmico estavam se escondendo. Após troca de tiros entre
soldados e militantes de grupos,
dois palestinos morreram.
No campo de refugiados de
Bourej, na faixa de Gaza, as forças
israelenses entraram em choque
com militantes palestinos, que,
em resposta, abriram fogo, lançando granadas. Dois militantes e
um soldado morreram. Uma menina de três anos moradora de
uma casa ao lado teve uma convulsão e morreu.
O governo israelense anunciou
ontem um bloqueio total nas
fronteiras entre Israel e os territórios palestinos. O objetivo é impedir que ocorram atentados terroristas durante o ano novo judaico,
que começa hoje, ao pôr-do-sol.
Com agências internacionais
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