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São Paulo, sexta-feira, 26 de setembro de 2003

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Israel proíbe pilotos rebeldes de voar e ameaça prendê-los

DA REDAÇÃO

A Força Aérea de Israel anunciou ontem que os pilotos que se recusaram a realizar ataques nos territórios palestinos ocupados estão proibidos de voar. Segundo o comandante da Força Aérea israelense, Dan Halutz, os pilotos poderão ser suspensos ou presos, se não se retratarem.
Vinte e sete pilotos israelenses enviaram uma carta à Força Aérea na qual rejeitaram participar de ataques aéreos na Cisjordânia e na faixa de Gaza, sob o argumento de que eles costumam atingir civis e, portanto, seriam "ilegais e imorais". Apenas nove pilotos dos 27 pilotos ainda estão em serviço.
A carta teve pouco apoio em Israel, Mas reacendeu o debate sobre as ações israelenses em áreas palestinas. Nas últimas semanas, 12 militantes do grupo terrorista Hamas foram mortos por mísseis disparados por helicópteros israelenses. Os ataques, ocorridos em áreas densamente povoadas, também mataram civis.
"Todos podem expressar as suas opiniões. Mas é inaceitável que um grupo de militares possa interferir em assuntos que não diz respeito a ele", disse o premiê israelense, Ariel Sharon.
Até mesmo israelenses mais moderados consideraram um erro a ação dos pilotos, pois ela poderia estabelecer um precedente perigoso. "Quando chegar a hora de, por exemplo, remover os colonos de suas casas, outros no Exército ou na Força Aérea poderão dizer que eles não obedecerão as ordens de seus superiores", afirmou o coronel Uri Dromi.
Os militares israelenses são vistos como heróis no país.

Ataques
Quatro atiradores palestinos, uma menina palestina e um soldado israelense morreram ontem em incursões de Israel na Cisjordânia e na faixa de Gaza.
Em uma das ações, forças israelenses entraram em Hebron (Cisjordânia) antes do amanhecer e cercaram um prédio onde dois líderes locais do grupo terrorista Jihad Islâmico estavam se escondendo. Após troca de tiros entre soldados e militantes de grupos, dois palestinos morreram.
No campo de refugiados de Bourej, na faixa de Gaza, as forças israelenses entraram em choque com militantes palestinos, que, em resposta, abriram fogo, lançando granadas. Dois militantes e um soldado morreram. Uma menina de três anos moradora de uma casa ao lado teve uma convulsão e morreu.
O governo israelense anunciou ontem um bloqueio total nas fronteiras entre Israel e os territórios palestinos. O objetivo é impedir que ocorram atentados terroristas durante o ano novo judaico, que começa hoje, ao pôr-do-sol.


Com agências internacionais


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