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Ato contra Berlusconi atrai milhares em Roma
DA REDAÇÃO
Centenas de milhares de pessoas protestaram ontem em
Roma contra o governo do conservador Silvio Berlusconi, a
quem opositores acusam de
flertar com o fascismo. "A Itália
é um país melhor do que a direita que a governa", atacou
Walter Veltroni, ex-prefeito de
Roma e líder do Partido Democrata (PD), que convocou o ato.
Estimada em 2,5 milhões de
pessoas pelos organizadores e
em 200 mil pela polícia, a multidão lotou o Circus Maximus,
estádio no centro da capital
usado para corridas de bigas em
um passado remoto. Alternando gritos de "outra Itália é possível" e "todos juntos para mudar", os manifestantes acompanharam o discurso de Veltroni
por cerca de uma hora.
"A Itália não é um país xenófobo nem racista", afirmou Veltroni, que acusou o governo de
incompetência para lidar com a
atual crise econômica. "A democracia não é o conselho administrativo de uma empresa."
Empresário bem-sucedido e
homem mais rico do país, Berlusconi assumiu o cargo de premiê pela terceira vez em maio
último, tirando a esquerda do
poder ao vencer as eleições
com proposta focada na insegurança, que explorava a retórica antiimigração. Seu plano
incluía ainda cortes nos impostos, até agora restrito a medidas
que especialistas consideram
apenas simbólicas, como o fim
da cobrança sobre horas extras.
Com maioria no Congresso,
Berlusconi aprovou medidas
controversas, como o censo dos
acampamentos ciganos, qualificado de "racista" pela União
Européia. Aprovou ainda a
imunidade aos ocupantes dos
quatro mais altos cargos públicos -incluindo ele próprio, réu
em processos por fraude e corrupção. Pretende cortar verbas
e cargos nas universidades.
Foi o primeiro grande ato do
PD, criado em 2007 com a fusão de dois partidos de centro-esquerda, desde a derrota no
pleito de abril. A legenda organizou o transporte de opositores de todo o país até Roma.
Com agências internacionais
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