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Compra de armas em 1999 está na origem de atual instabilidade
DO "FINANCIAL TIMES"
A vida de praticamente todos
os membros da elite governista
da África do Sul ficaria mais fácil se o país esquecesse o acordo
de armas que vem envenenando sua política há uma década.
Mas os líderes que têm mais a
perder com a seqüência interminável de alegações de corrupção são as mesmas pessoas
que estão se lançando em mais
uma rodada de batalhas legais
em torno do programa de aquisição de equipamentos militares no valor de US$ 3,73 bilhões
lançado pelo CNA em 1999.
Os sul-africanos pareciam
dispostos a encarar uma amnésia em nome da estabilidade
quando as acusações de corrupção contra Jacob Zuma foram arquivadas por um detalhe
técnico. Mas os aplausos deram
lugar à maior reviravolta desde
o apartheid, assegurando que
as conseqüências negativas do
acordo de armas ainda serão
sentidas na política do país.
A baixa mais recente nessa
guerra é Thabo Mbeki, cuja
Presidência chegou a um fim
confuso depois de um juiz no
processo de Zuma declarar que
a administração de Mbeki tinha manipulado promotores
para que acusassem seu rival.
Rixas profundas começaram
a surgir quando Mbeki demitiu
o então vice-presidente Zuma
após a condenação, em 2005,
de seu assessor financeiro, por
ter pedido propinas em nome
de Zuma de uma empresa européia de fornecimento de armas.
O contrato de compra de armamentos que visava equipar
as Forças Armadas sul-africanas para uma nova era de liderança continental após o término do governo branco acabou
por macular sua reputação. "O
contrato de armamentos é o
"leitmotiv" da política sul-africana", diz Andrew Feinstein,
ex-legislador do CNA.
O contrato que acabou por
definir os piores aspectos da
era Mbeki ameaça lançar sombra sobre o que alguns setores
sul-africanos, especialmente os
mais pobres, esperam que seja
a aurora de tempos novos.
O mais provável é que Jacob
Zuma se torne presidente após
as eleições de 2009, sem que
seus desmentidos tenham chegado a ser averiguados num julgamento pleno.
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