São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010

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Países limitam entrada de haitianos

ONU e governo do país dizem que epidemia de cólera pode contaminar dezenas de milhares

Três países reforçaram fiscalização fronteiriça para impedir a entrada de viajantes suspeitos de contágio da doença

LUIS KAWAGUTI
DE SÃO PAULO

Pelo menos três países, República Dominicana, Venezuela e Equador, já adotaram medidas para restringir a entrada de viajantes do Haiti por causa da epidemia de cólera que já matou 259 pessoas e contaminou 3.342 no país.
Na fronteira terrestre entre o Haiti e a República Dominicana, tropas da ONU usaram bombas de gás lacrimogêneo para controlar uma multidão na manhã de ontem.
"Os manifestantes eram mototaxistas e comerciantes haitianos que costumavam cruzar a fronteira sem passaporte para participar do mercado em Djabon, às segundas e sextas", disse o brasileiro Luiz Paul Cruz, comandante geral da ONU no Haiti.
Segundo ele, sem aviso, as autoridades dominicanas intensificaram a fiscalização na fronteira, permitindo só a passagem de haitianos com passaporte e visto.
Os viajantes eram submetidos ainda a um processo de higienização para entrar no país. A importação de alimentos do Haiti também foi proibida pelos dominicanos.
Já o governo da Venezuela anunciou ontem que "ativou medidas de vigilância epidemiológica" para evitar o cólera. Entre elas está o monitoramento de viajantes vindos do Haiti, que podem até ser submetidos a exames.
O Equador emitiu um alerta epidemiológico para portos e aeroportos.

EPIDEMIA NACIONAL
Apesar da desaceleração do número de mortes -entre ontem e anteontem só seis pessoas morreram- a ONU e o governo haitiano divulgaram um comunicado afirmando que "uma epidemia nacional com dezenas de milhares de casos é uma possibilidade real".
"Estamos nos preparando para o pior dos cenários: que a doença se alastre em Porto Príncipe, onde estão os acampamentos de desabrigados pelo terremoto", disse à Folha a porta-voz da ONU para assuntos humanitários, Imogen Wall.
O governo brasileiro anunciou ontem a doação de R$ 3,4 milhões para a compra de remédios e equipamentos hospitalares, além do envio de epidemiologistas ao Haiti.


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